segunda-feira, 15 de outubro de 2007

MIRANDA, E. E. de. Água na natureza, na vida e no coração dos homens. Campinas, 2004

Água para os ecossistemas
A percepção social da água

As chuvas no Brasil
A disponibilidade da água depende das chuvas, da conformação e da extensão das bacias hidrográficas
10. A precipitação média no Brasil é da ordem de 1800 mm11. Regionalmente, as médias variam de 600 mm no Nordeste a 2700 mm no litoral norte da Amazônia. Os lugares onde mais chove no Brasil não estão na Amazônia e sim na Serra do Mar, entre São Paulo e Paraná. Na Amazônia, chove entre 2500 a 3.000 milímetros por ano. Na região de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, chove cerca de 4.000 milímetros por ano. Nas proximidades do pico do Marumbi12, no Paraná, está o recorde nacional de precipitações: mais de 5.000 milímetros. É chuva suficiente para encher uma piscina com mais de 5 metros de profundidade. As regiões brasileiras onde menos chove estão situadas no interior do Nordeste e em algumas áreas em pleno oceano Atlântico, próximas ao litoral norte do Nordeste. Em Picuí, na Paraíba, chove menos de 300 milímetros anuais. A variabilidade interanual das chuvas no semi-árido brasileiro é muito grande. É comum chover metade da média pluviométrica. A demanda evaporativa é superior a 3.000 milímetros, o suficiente para consumir toda a chuva anual.
Num ranking da UNESCO envolvendo 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição – com 48.314 m³
13. Para a Agência Nacional das Águas esse número é da ordem de 30.000 m3/hab./ano14. As situações mais críticas estão em algumas bacias litorâneas do Nordeste e no Alto Tietê, onde situa-se a cidade de São Paulo, com disponibilidades inferiores a 700 m3/hab./ano. Na região Norte, esses valores situam-se entre 150.000 m3/hab./ano a 1,8 milhão m3/hab./ano.
O Brasil ainda tem grandes reservas de água doce nas bacias do Amazonas, do rio da Prata (Paraguai-Paraná) e do São Francisco. Nos últimos 30 anos, a pressão sobre os recursos hídricos aumentou, provocando situações de escassez de água, além da região do semi-árido nordestino. Os conflitos cresceram entre usuários e houve uma piora, devido a poluição, das condições de qualidade dos corpos hídricos que atravessam cidades e regiões com intensas atividades industriais, agropecuárias e de mineração.

Transcrito o artigo do autor acima mencionado.

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