quinta-feira, 28 de julho de 2011

Imagem da coerência ou da traição?

Foto Internet
Escutava sempre de um sertanejo de fala mansa, sempre cofiando o bigode, no alto de seus oitenta anos, que política é como o vento: sempre muda de direção. Vendo esta foto comecei abrir o arquivo da memória, lembrando-me do meu primo Cid Arruda. Lembrei-me das suas lutas, do apego ao deputado Robinson Faria. Das grandes batalhas, das trocas de elogios, elogios mútuos, amigo irmão, meu líder, deputado amigo do agreste, prefeito trabalhador... Como uma mudança repentina acontece sem um passado de amizade e lealdade pesar na consciência dos dois? Ou não era amizade e lealdade, era outra coisa, não cabendo a eu fazer juízo de valor. Agora, cabe perguntar a Cid se todo o esforça dele, uma vida dedicada a Robinson Faria, uma luta ferrenha e duradoura combatendo o inimigo comum, o mesmo adversário, terminar Robinson se aliando a quem no passado o combatia com veemência e ódio? Seria um Calabar dos tempos modernos?
Cid, onde estão teus clamores, teus apelos nas rádios, nos comícios em praça pública, a todo pulmão, gritando, brigando, varando noites e madrugadas, defendo o nome Robinson Faria? De que valeu, você, muitas e muitas vezes preterir o nome de seu próprio irmão para votar nos candidatos de Robinson Faria? Uma coisa eu sei, você não é de trair, até porque fluem no teu sangue os genes da lealdade e da gratidão. Agora, saber que o azimute da história política de Nova Cruz foi mudado por interesses mesquinhos em proveito próprio, dói na consciência de um povo. Um povo humilde que vive num município carente, com dificuldade de emprego, escolas, e agora manipulado pelos conchavos inescrupulosos que afronta o sentimento de um povo que aprendeu amar Robinson Faria.

Saudade (Tadeu Arruda Câmara)


Saudade

Na língua portuguesa não existe nenhuma palavra mais sonora, doce e ao mesmo tempo amarga do que a palavra saudade.
Muitas são as definições: é um sentimento de falta; é levar dentro do coração a presença de um ente querido; é sentir emoção de um amor perdido; é aquele passado sempre lembrado. São muitas definições que povoam nossas cabeças (frases feitas). Mas para mim, nenhuma traduz com tanta exatidão como a resposta de uma criança de três anos de idade.
Dia desses, dou de cara com uma velha amiga dos tempos de colégio. Papo vai, papo vem, começam os assuntos. Perguntei, dando início a conversa, pela família. Ela respondeu que estava tudo bem. Falou-me de um neto que era uma gracinha, sapeca e divertido. Disse-me que numa tarde, chegando em casa, deparou-se com o bruguelo gritando: “Ainda bem que você chegou, vovó, eu estava morrendo de saudade”. Ora, ela disse que imediatamente perguntou se ele sabia o que era saudade. Ele respondeu que sim e foi dizendo: “Saudade é procurar você e não encontrar”.
Pois bem, faço minhas as palavras daquele menino, que na inocência dos seus três anos de idade, nos deixa uma lição de vida. Digo que saudade é procurar meu pai, Armando Arruda, ensinando-me os caminhos do bem, da ética. Saudade é procurar mamãe Mariana fazendo uma macarronada, meu prato preferido, e não encontrar mais. Saudade é procurar meus amigos de infância, lá em Nova Cruz , nas peladas onde a bola era feita de meia e molambo, e não encontrar mais. Saudade é correr para o rio curimataú e não ver mais enchente. Saudade é ir à rua grande de Nova Cruz e não ver mais a grande feira. Saudades dos dias que aniversariava e minha madrinha Joanita Arruda, na sua meiguice, perguntando qual o presente que desejava. Lembro-me do anel com que ela me presenteou quando tinha mais ou menos oito anos, perdendo logo em seguida no percurso da escola. Ainda hoje sinto o sabor salgado das lágrimas que derramei.
Da minha infância sinto saudades até da palmatória chamada Carolina. Errou ia pro cacête, não tinha perdão. Vivia pendurada em local visível na sala de jantar, exigindo respeito.
Não podia deixar de falar no circo. Ele chegava todo ano e com ele vinha o alegre palhaço caminhando pelas ruas cantando:
O raio, o Sol suspende a Lua “Olha o palhaço no meio da rua” E dizia
mais, hoje teve espetáculo? “Teve sim senhor!” Hoje teve marmelada?“Teve sim senhor!”
Hoje teve farofada?“Teve sim senhor!” E o palhaço o que é?
“É ladrão de mulher!” E arrocha minha gente!
Tudo isso não sai de minhas lembranças. Numa dessas passagens do circo, recordo do cachorro chorão, totalmente desprovido de pelos. Foi doado à Tia Joanita pelo proprietário do circo. O circo partiu e
Chorão ficou fazendo sucesso na arte de agradar. Chamava atenção pela sua aparência. Era um barato prá toda meninada.
E o trem? Toda meninada corria para ver a Maria Fumaça passando englindo brasa e soltando fumaça. E nós na maior alegria, escutávamos o barulho que parecia dizer: café com pão, bolacha não; café com pão, bolacha não; café com pão, bolacha não...
Tadeu Arruda Câmara

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pedido de graça. (Tadeu Arruda Câmara)




Oh! Meu querido e amado São Judas Tadeu, santo de minha devoção, faça com que meus falsos amigos me invejem menos. Diga pra eles que se for por causa de dinheiro, que não sou milionário, apenas tenho o necessário para viver. Se for por causa do assédio das mulheres, que a maré está numa fase muito difícil para mim. Agora, se for por causa do meu caráter, minha ética e honestidade, diga pra eles que podem morrer, pois possuo como herança de meus pais e vou morrer com eles e já passei também para meus filhos. Obrigado meu santo milagroso por mais essa graça.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nossa vida é um carnaval (artigo).




Não sei por que quando chega o carnaval, sempre me lembro das campanhas políticas e quando chegam as campanhas políticas, lembro-me do carnaval. Agora mesmo se aproxima o carnaval e a sensação que me dá é de que vem uma nova eleição. A coisa não é muito difícil de explicar. É que política no Brasil se parece muito com carnaval. Ambos possuem aquele toque anárquico de que tudo pode. No carnaval, temos os foliões, muitos afoitos e destemidos que torcem pelas suas escolas de samba, mantendo a euforia até a quarta-feira de cinzas, dia se escolher a melhor escola. Na campanha política, temos os eleitores, muitos, também, afoitos e destemidos que torcem pelos seus partidos até chegar o dia da eleição. No carnaval, temos os pierrôs, as colombinas e os arlequins. Na política temos os cabos eleitorais, eleitores e chefes políticos. No carnaval, o arlequim, personagem da Commedia dell’Arte (Itália), que trai o Pierrô, roubando-lhe sua colombina. Na política, temos os eleitos enganando o povo.
Não podemos deixar de citar que no carnaval, assim como na política, a força geratriz é o dinheiro. Dinheiro quase sempre sujo, caixa dois. No carnaval, vem do jogo do bicho, uma maneira de suavizar a pesada imagem do Bicheiro no mundo da contravenção. Na política, vem das construtoras, uma via de duas mãos: uma leva a doação a outra faz o retorno com o sofrimento do povo brasileiro. Esta história de liderança política sem dinheiro, principalmente no Rio Grande do Norte, é conversa pra boi dormir. Eu vi Aluisio Alves, maior expressão política do Estado, não conseguir eleger um neto vereador em Natal. Mais tarde entrevistado por um canal de televisão, respondeu a um jornalista que não elegeu o neto porque não teve prestígio. Foi aí que comecei a entender a grandeza de um homem chamado Aluisio Alves.
A capital do carnaval é a cidade do Rio de Janeiro, Avenida Marquês de Sapucaí, cujo Sambódromo foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A capital política do Brasil é Brasília, também projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Note que os políticos de Brasília sempre aparecem na Sapucaí, buscando popularidade, e os da Sapucaí em Brasília buscando sobrevivência.
A semelhança entre política e carnaval é tão grande que o Estado de São Paulo, nosso maior pólo industrial, elegeu o palhaço Tiririca como deputado federal mais votado da história do Brasil. É protesto ou voto consciente? Pode até ser carnaval fora de época.
Não podemos deixar de falar da figura do palhaço. Este sim, o grande elenco formador de nossa sociedade. Lembro um dia, hospedado num hotel de terceira categoria em São Paulo, em busca de trabalho, tempos difíceis, acordo, alta madrugada, e na cabeceira de mesa encontro um livro, já amarelado pelo tempo, e leio uma frase de Charles Chaplin: “eu continuo sendo apenas um palhaço, o que me coloca em nível bem mais alto do que o de qualquer político. No silêncio daquela noite, pude refletir o quanto somos palhaços. Fomos palhaços quando uma ministra totalmente desequilibrada e um presidente tido como louco e corrupto confiscaram todo nosso dinheiro, deixando toda população abobalhada. Vai fazer isto em outra nação. Vai? Fomos palhaços quando um governo incompetente cuja música de campanha dizia que soprava um vento forte no Rio Grande do Norte e que este vento mudaria nossa sorte. Este vento só trouxe perseguição à classe de professores e quebrou nosso maior patrimônio, o Bandern – Banco do Estado do RN. Fomos palhaços quando um grupo de grandes devedores, apelidados de empresários, não querendo pagar altas somas ao BDRN - Banco do Desenvolvimento do RN resolveu simplesmente fechá-lo, deixando as dívidas pelos labirintos insondáveis da corrupção. Enquanto isso, aquela senhora que furtou uma lata de sardinha no supermercado para matar a fome de uma criança faminta, passou seis meses na penitenciária.
As Máscara são comuns tanto nos foliões, como nos políticos. Nos foliões são cofeccionadas a caráter, conforme a imaginção, a fantasia. Nos políticos, nascem com eles, fazendo parte de sua personalidade. Observe um encontro com um político antes de uma eleição, sorriso fácil, sempre com perguntas, por onde anda você? Precisamos conversar, você some. Passada a eleição, cara fechada, ar de preocupação, um leve aceno. Pensamos até ser uma outra pessoa.
Por todas essas coisas concordo com Moacir Franco, nossa vida é um carnaval. Também sopraram cinzas no meu coração e os clarins silenciaram quando caiu a máscara de minha ilusão. Talvez em outro dia e os clarins voltem a tocar e uma nova máscara usarei para esconder uma outra dor.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aviso aos fofoqueiros.

Ontem, pela manhã, recebi um telefonema, via celular com identificação desconhecida, dizendo-se um jornalista de uma conceituada revista de nível nacional. Perguntava como me sentia sendo ameaçado de morte por determinada pessoa envolvida num órgão chamado INSS-RN. Verdade ou não, procurei os órgãos competente, já prestado queixa na Polícia Federal, fui até ao respectivo Juiz, primeira zona eleitoral, participar do ocorrido e por escrito pedi a cópia de algum documento que porventura meu nome esteja constando.
Quero avisar que trote é coisa de mau caráter. Digo, ainda que, tanto meu telefone, como meu e-mail estão sendo observados pela PF.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fofoca é mau caratismo.

Atenção fofoqueiros do Senadinho do Midway, se acha que não dá pra satisfazer, favor procurar um jumento! KKKKKKKK

domingo, 10 de julho de 2011

Pão e circo.




Hoje, logo cedo, quando retornava da praia de Muriú, onde fui olhar a construção de uma área de lazer que estou preparando para meus netos, surpreendi-me na Avenida Bernardo Vieira com um adolescente de, aproximadamente, catorze anos dormindo numa calçada defronte a uma loja comercial. Como era Domingo, a loja ncontrava-se fechada, o que dava “direito” àquele adolescente dormir mais pouco, estendido sob os olhares alheios dos transeuntes. Observando aquela criatura, comecei a imaginar se um dia um dos netos vivesse aquela situação. Não preciso dizer, como qualquer pai de família, como a angústia me abateu. Várias indagações: quem seriam os pais daquele menino? Onde moravam? Ele estaria com fome?
Já com o carro desligado e me aproximando dele com aquela vontade enorme de acordá-lo, o que o bom senso não permitiu, não sabia a reação daquele menino mergulhado em sono profundo, podia advir. Sono é sono! Seja onde for, acordar incomoda. Minha indignação aumentou ainda mais quando vi que nada podia fazer. Não era assistente social. Não trabalhava para Órgão do governo destinado a estas situações. Fui até o carro e já com a máquina fotográfica na mão, clic. Pronto, mais uma foto que clama por justiça social neste Brasil infestado por mensaleiros. Apesar de não ser diretamente culpado por aquela injustiça, senti-me um covarde. Senti-me um fraco, um inútil. Inútil por ter votado nesta turma de ex-esquerda, hoje mais que direita, que ao invés de criar programas sociais eficazes, aproveitaram outros como o Bolsa Escola, hoje Bolsa família, como cunho eleitoral, criando uma verdadeira nação de pedintes. Qual foi o novo? Nada, isto já existia. Sinto-me inútil, prezado amigo, por ver tanta roubalheira de nossas autoridades e não gritar “pega- ladrão”.
Não sei se dói na sua consciência. Na minha dói em saber que nossos animais de estimação dormem bem, têm comida e água fresca, enquanto as crianças perambulam pelas ruas com fome e sede, sem a mínima proteção. Você sabia que grande parte dos marginais de hoje foram essas crianças de antigamente? Se não sabe, fique sabendo.
Lembro-me que, na última campanha para presidente, a candidata Dilma Roussef, em sua propaganda política na televisão, mostrava a construção de novos hospitais. Eram construções tão bonitas que mais pareciam um hotel de cinco estrelas. Você viu algum, pelo menos, sendo feito o alicerce? Agora campo de futebol, sim. Milhões e milhões. Sabe por quê? Porque dá voto. O eleitor ignorante, a maioria o que elege, passada a dor, esquece tudo, até em quem votou. Pra que hospital? O negócio é pão e circo.
Tadeu Arruda Câmara.