domingo, 27 de abril de 2014

História de nossa política!


 

Na Assembleia Constituinte de 1947, composta de trinta e quatro deputados, a bancada do PSD era majoritária – vinte parlamentares, seguindo-se a UDN com doze e o PSP com dois.

Os advogados eram em número de treze: Djalma Marinho, Sílvio Pedroza, José Nicodemos, Israel Nunes, José Gonçalves de Medeiros, José Xavier da Cunha, Mário Negócio, Rodolfo Pereira, Arnaldo Simonet, Manoel Varela, Túlio Fernandes, Antônio Soares Filho e Claudionor de Andrade.

Os médicos viam em segundo lugar, em número de nove: Dix-Huit Rosado, Pereira de Macedo, Pedro Amorim, Abelardo Calafange, José Fernandes de Melo, Raul Alencar, Aderson Dutra, Ezequiel Fonseca e Creso Bezerra.

Empresários e proprietários rurais: Alfredo Mesquita, Aristóteles Fernandes, João Bianor, Alfredo Santana e Teodorico Bezerra, perfazendo um total de cinco. Um único dentista: Jofre Ariston. Apenas um jornalista: Walter Wanderley. Dois funcionários públicos: Cosme Lemos e Antônio Pereira Dias, um provisionado, Agostinho Santiago Brito. Um sacerdote: monsenhor João da Mata Paiva. O único estudante era o então jovem Moacir Torres Duarte.

Outra figura que integrou a bancada pessedista, naquela casa, era Teodorico Bezerra. Chegou juntamente com seu irmão, João Bianor, eleitos pela região do Trairí.

Teodorico viria a ser também o presidente do PSD, no Rio Grande do Norte, com a morte súbita do senador João Câmara. Proprietário rural e hoteleiro (era quem explorava o Grande Hotel que pertencia ao governo), construído na administração de Rafael Fernandes, quando era prefeito de Natal, o engenheiro Gentil Ferreira, seu primo e da mesma região.

Figura polêmica. Apesar das poucas letras, era sabido. Exercia a tradicional política clientelista e dominava o seu reduto que dava sempre votações consagradoras. Era majoritário política e eleitoralmente no município de Santa Cruz. Elegia dois sobrinhos: Aluízio Bezerra e Jácio Fiuza.

Teodorico tinha prestígio no Estado e na esfera federal, sobretudo, na cúpula pessedista, a poderosa cúpula que governou o país por muitos anos.

 

Os adversários acusavam-no de fazer fraudes nas votações e nos mapas eleitorais, conseguindo modificar os resultados das urnas. E por conta dessas estórias, verdadeiras ou não muitas delas entraram no folclore político brasileiro.

Contava ele com equipe especializada em fazer campanha, eleição e apuração. Eram verdadeiros mestre nessa arte difícil quando não existiam ainda os marqueteiros e os institutos de pesquisa. À frente do seu grupo estava a figura inteligente de José Bessa, competente articulador e promotor de eventos que reuniam correligionários, administradores e amigos do “majó” Teodorico.

Dizia-se, na época não era somente do lado de Teodorico, mas generalizado por todo o Estado, a importância da prática da “brejeira” que atemorizava as lideranças interioranas.

Djalma Marinho contou-me, no seu bom humor, entre um gole de uísque e uma baforada de cigarro americano, como nascera o nome de “brejeira”, expressão nativa, como sinônimo de fraude eleitoral.

Estava, Djalma, numa eleição em São José do Campestre e foi chamada às pressas para orientar o delegado do Partido num impasse que ocorrera na apuração da urna. Ao entrar no prédio da prefeitura, onde se realizava a contagem de votos, encontrou na entrada um matuto sentado num tamborete, fumando um cigarro brejeiro:

- Amigo o que houve aqui? Indagou preocupado.

E o matuto respondeu inteligentemente:

“Parece que foi uma Brejeira que fizeram por aí”.

A denominação colou e passou a ser usada pelos políticos e colunistas da grande imprensa, ganhando a boca do povo.

Inúmeras fraudes foram cometidas no Rio Grande do Norte, algumas comentadas, outras abafadas. Mas, as da região de Teodorico, nas votações proporcionais ganharam fama e enriqueceram o anedotário.

Diz-se que em Serra Caiada, hoje Eloi de Souza, reduto do promotor José Lins e de sua família, em certa eleição, a brejeirafora tão escandalosa que o voto do próprio Zé Lins não apareceu. E ele ironicamente protestava:

- Tá certo que minha mãe e meu pai tenham me traído; que minha noiva também, mas, eu que votei em mim...

O “majó” Teodorico era homem de gestos largos. Amigo dos seus correligionários. Protegia-os, prestava-lhes solidariedade nas horas difíceis. Daí sua liderança, sua força, seu domínio. Gastava dinheiro com as eleições, apoiando e elegendo muita gente.

Exerceu a partir de 1950, diversos mandatos federais. Foi vice governador em eleições direta, em 1962, conseguindo, através de emenda constitucional que a eleição do vice fosse feita pela Assembleia Legislativa. É que ele fora derrotado para o senado naquele ano e ficara sem mandato eletivo.

Era um homem prático. Dizia sempre que político sem mandato não valia coisa alguma. Só servia para uma coisa: Levar chá de cadeira nos Ministérios e nos gabinetes dos governadores estaduais.

Sempre o visitava, no Grande Hotel. Batíamos grandes papos e trocávamos ideias. Numa fase em que estava no ostracismo político. Os militares o perseguiram, chegaram a prendê-lo na Base Naval, a título de apurar denúncia de desvio de dinheiro público em instituições e cooperativas que ele criara e fundara. Queriam cassa-lo. Nada foi apurado e ele venceu todo essa batalha de perseguições e humilhações.

Anos depois, ainda em plena revolução, elegeu-se deputado federal e em seguida, deputado estadual – o seu último canto de cisne.

Perguntavam-lhe sempre: “Mas majó como é que o senhor ficou na Arena, partido da revolução que o prendeu”. E ele respondia com a sua costumeira matreirice: “Quem me prendeu não foi a Arena, foi o Exército”.

 

(*) Transcrito do livro: ANOTAÇÕES DO MEU CADERNO de autoria do jornalista TICIANO DUARTE.

Ladrão de galinha!

E POR FALAR EM LADRÃO DE GALINHAS...

"Os canas pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e levaram para a delegacia.

- Que vida mansa, heim, vagabundo ? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai pro xilindró ! Gritou o delegado.

- Mas não era para eu comer não não. Era para vender.

- Pior. Venda de produto roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha! repetiu a autoridade.

- Mas eu vendia mais caro, eu não concorria não.

- Mais caro? Como assim...

- Espalhei o boato que as galinhas de galinheiro eram bichadas e as minhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons, caipira legítimo.

- Mas eram as mesmas galinhas, safado.

- Os ovos das minhas eu pintava.

- Que grande pilantra... 171. Estelionatário refinado.

Nessa altura da conversa já havia um certo respeito no tom do delegado.

- Ainda bem que tu vais preso. Se o dono do galinheiro te pega...

- Já me pegou. Mas fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Aí convidamos outros donos de galinheiro a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou melhor, um ovigopólio.

- E o que você faz com o lucro do seu negócio?

- Especulo com dólar, na bolsa... Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros, juiz. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do Governo e superfaturo os preços.

O delegado mandou vir um cafezinho para o preso e perguntou-lhe se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

- Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

- Milionário ? Não. Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

- E, com tudo isso, o Doutor continua roubando galinhas?

- Às vezes. Sabe como é...

- Não sei não, Excelência. Me explique melhor.

- É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. Do risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora. Fui preso, finalmente. Vou para a cadeia. É uma experiência nova !

- O que e isso, Excelência? O senhor não vai ser preso não.

- Mas fui preso em flagrante delito, pulando a cerca do galinheiro!

- Sim. Mas és primário, e com esses antecedentes... É a Lei Fleuri...




sábado, 26 de abril de 2014

Vai pra casa, Padilha!”, análise do ITV

Alexandre Padilha é mais um dos postes que Luiz Inácio Lula da Silva pretende ver eleito em outubro para ampliar a ocupação de espaços políticos pelo PT. Mas o ex-ministro da Saúde do governo Dilma talvez nem consiga chegar às eleições. Ele foi flagrado com a suspeita de ser parte da quadrilha de petistas que assalta o patrimônio público. Deveria pedir o boné.
Segundo rastreamentos feitos pela Polícia Federal, o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo teria indicado uma pessoa da sua confiança para dirigir um laboratório-fantasma de propriedade de um contraventor e que estava prestes a abocanhar um milionário contrato justamente com, adivinhe…, o ministério comandado pelo próprio Padilha.
O laboratório chama-se Labogen. Nas páginas de saúde, sua atuação inexiste; nas páginas policiais, é uma estrela em ascensão. Preso pela PF, o doleiro Alberto Youssef é dono do Labogen e amigão – acredita-se que também sócio no negócio – do deputado André Vargas, até outro dia vice-presidente da Câmara e petista de quatro costados.
Em novembro do ano passado, Alexandre Padilha, o poste que Lula escolheu para brigar pelo governo de São Paulo pelo PT, teria indicado um ex-assessor – que também foi funcionário da campanha de Dilma em 2010 – para dirigir a Labogen. Os interesses petistas ocupam um lado e outro do balcão. E a conta fica para os cidadãos.
Até então, o laboratório farmacêutico não passava de uma empresa minúscula, com folha de salários que nem chegava a R$ 30 mil. Tudo indica que fosse mera empresa de fachada, destinada a dar algum ar de legalidade às contravenções do doleiro e seus comparsas – entre eles, um ex-diretor da Petrobras ora também preso.
Mas, empurrada pelos petistas, a Labogen estava prestes a dar o pulo do gato. No início deste ano, estava em processo de assinar contrato de fornecimento de medicamento para hipertensão ao Ministério da Saúde, à época ainda comandado por Padilha. O negócio começaria em R$ 30 milhões e poderia chegar a R$ 150 milhões. Nada mau para um laboratório que nunca produzira sequer uma dipirona estragada.
O milionário contrato entre Labogen – o laboratório de um contraventor em associação com um deputado petista de alta patente – e o Ministério da Saúde – então comandado por um petista que indicara o diretor do laboratório – só não foi adiante porque a Polícia Federal capturou o voo ilícito em plena decolagem.
Deflagrada em março, a Operação Lava Jato desnudou uma operação que pode ter resultado no desvio de R$ 10 bilhões em recursos públicos, em especial da Petrobras, mas aparentemente com ramificações várias, como na Saúde. De quebra, a PF também descobriu os negócios suspeitos de Vargas e um monte de petistas com o doleiro Youssef.
Soube-se ontem que Padilha também estava nesta. Com a ajuda do ministro, os donos da Labogen buscavam um executivo para o laboratório que, de acordo com o relatório da PF, “não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras”. Como se vê, tudo coisa de profissional. No melhor padrão petista, o ex-ministro nega tudo, mas ficará difícil explicar como seu nome aparece com tanta desenvoltura na trama.
Alexandre Padilha já havia demonstrado não estar à altura do cargo que ora pleiteia. Ainda nesta semana, sua campanha ao governo paulista levou à TV propaganda em que ele fala um monte de bobagens para sustentar que “esta é mais uma prova de que não falta água na Grande São Paulo”. Justamente no meio da maior seca dos últimos 84 anos na metrópole, de represas em nível recorde de baixa e no momento em que a população paulista se dedica a uma campanha para tentar evitar um racionamento.
A Labogen surge como mais um dos casos de ocupação desmedida do Estado pelo corrompido poder petista. Há ramificações em todas as direções e, aparentemente, a partir dos escalões mais altos do governo, como ilustra Alexandre Padilha. Até onde elas chegam, ainda não é possível precisar, mas é certo que pretendiam ir cada vez mais longe. Uma coisa é certa: passou da hora de mandar esta gente para casa e esta quadrilha para a cadeia.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Alerta!

Ontem escutei no Jornal da Globo, Bom dia Brasil, que o governo está pensando em retirar o item alimentação da lista que se calcula a inflação.
Vê-se perfeitamente que a inflação anual já passa dos dois dígitos. Pela nossa experiência quando isto acontece no Brasil ela começa ficar incontrolável, ela cresce numa progressão geométrica.
É mais uma tentativa de iludir um povo pacato que não suporta mais tanta mentira nestes 13 anos do governo do PT!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

VERGONHA!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Fique sabendo!

 


 
A refinaria de Pasadena – comprada por US$ 1,18 bilhão - tem um passivo ambiental de pelo menos US$ 7 bilhões. Assim que for confirmada esta informação que circulava ontem no mercado acionário dos EUA, ficará evidente que a rápida operação de venda-e-compra da instalação petrolífera texana tende a ser um dos maiores estelionatos da história do mundo do Petróleo. O mais importante, agora, é esclarecer, na Justiça, como dirigentes da Petrobras e de seu acionista controlador, o governo brasileiro, caíram neste legítimo golpe do ouro negro dos tolos.

Além dos US$ 7 bilhões por danos ao meio ambiente, a Petrobras corre o risco de ser condenada pela justiça do Texas a pagar uma outra dívida – só que milionária. Há nove anos, o condado de Harrys cobram US$ 6 milhões em impostos devidos. Embora a refinaria fique em uma área isenta de tributos federais e alfandegários, precisa compensar, financeiramente, o condado, pelas vantagens tributárias. Quando comprou a Pasadena, a Petrobras teria obrigação de saber sobre as dívidas – incluindo o mega passivo ambiental, que nos EUA causa grandes prejuízos aos cofres das empresas de energia, sobretudo as petrolíferas.
 

Tudo foi feito de forma precipitada no caso Pasadena – agora apelidado, nos meios políticos e empresariais, de “Passadilma”ou “Passagrana”. A due dilligence - avaliação da situação jurídica e financeira da refinaria ultrapassada tecnologicamente - foi feita em apenas 20 dias. Os estudos sobre a saúde da refinaria foram feitos no escritório da Astra, entre 23 e 27 de janeiro de 2006, com a ajuda do consultores da BDO Seidman e da então diretora financeira da Astra, Kari Burke. Agora, será preciso apurar se o negócio foi feito na base da inacreditável incompetência, por culposa conivência ou por um doloso e corrupto esquema de estelionato.

Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria. Foram US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena. O valor foi muito superior aos US$ 42,5 milhões pagos um ano antes pela belga Astra Oil na compra da refinaria inteira. Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma decisão judicial, graças à cláusula contratual de “put option”, forçou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga.

No final das contas, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à Petrobras. “Apenas” 27 vezes o que a Astra tinha pago. O fato grave é que o comitê de negociação com os belgas teve a participação direta de Paulo Roberto Costa, então diretor da BR Distribuidora, e que agora foi preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um megaesquema de lavagem de R$ 10 bilhões em recursos públicos desviados por corrupção.

O escândalo Pasadena é agora investigado pelo Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Polícia Federal e Ministério Público Federal – também correndo alto risco de acabar devassado por uma perigosa CPI em plena campanha reeleitoral. O escândalo também é acompanhado pela Securities and Exchange Commission – xerife durona do mercado de capitais nos EUA. Tem tudo para se transformar em processo de investidores na Corte de Nova York – em cuja bolsa de valores ações da Petrobras são negociadas.
Por Jorge Serrão

terça-feira, 15 de abril de 2014



AS MENTIRAS DE DILMA!

 

Governantes têm o direito de mentir? A resposta é “não”. Nem que seja sob o pretexto de “salvar a nação”. Na vida pública, não existe mentira virtuosa. Quando muito, pode existir a omissão prudente. Dou um exemplo: se o ministro Guido Mantega vislumbrar pela frente uma escalada inflacionária, se indagado a respeito, ele não tem de confirmar nem de se estender a respeito, ou haverá o efeito óbvio: como a economia se move, em parte, por expectativas, ele poderia piorar a situação se dissesse a verdade. Poderia, no discurso, omitir esse vislumbre para não piorar o que já seria ruim. Mas é certo que não poderia afirmar o contrário dos fatos. A mentira, na vida pública, é trapaça contra o interesse coletivo.
Nesta segunda, a presidente Dilma participou da inauguração de navios petroleiros no porto de Suape, em Pernambuco, terra de um de seus futuros adversários na disputa presidencial, Eduardo Campos. E resolveu deitar falação sobre a Petrobras, segundo leio na Folha. Afirmou: “Não hesitarei em combater o malfeito, a ação criminosa, corrupção ou ilícito de qualquer espécie. Mas também não ouvirei calada a campanha negativa, por proveito político, em ferir a imagem dessa empresa que o povo construiu com suor e lágrimas”.
Há duas verdades aí e duas mentiras. Primeira verdade: a Petrobras está eivada de malfeitos, ações criminosas, corrupções e ilícitos. Segunda verdade: a empresa foi construída com o suor e lágrimas dos brasileiros. Ainda que Dilma esteja plagiando Churchill, isso é verdade. Primeira mentira: a presidente hesitou, sim, em defender a Petrobras, tanto que deixou de apurar a compra da refinaria de Pasadena e ainda deu emprego para o executivo que, segundo ela própria, foi o responsável pela operação. Segunda mentira, não existe campanha nenhuma contra a empresa. Campanha contra a Petrobras fazem os larápios que lá estão incrustados.
Mas Dilma foi mais longe na impostura. Disse ainda: “Desde o início da empresa, teve gente sendo contra, dizendo que não havia petróleo no Brasil. Depois, mudaram o discurso, e chegaram a dizer que havia petróleo demais para ser controlado por uma empresa pública. Era uma forma sorrateira que prepararam para a Petrobras parar em mãos privadas. Foi um processo tão requintado, que foi interrompido pela pressão externa, que chegaram a fazer a troca do nome da empresa. Queriam chamar ela de ‘Petrobrax’, sonegando a sílaba que é nossa identidade. Bras, de Brasil”.
É a mentira mais escandalosa de todas. Desafio Dilma e o PT a apresentar uma miserável evidência de que se tentou privatizar a Petrobras. Privatizada ela está hoje: transformou-se numa soma de feudos, distribuídos entre partidos políticos: PT, PP, PMDB, PTB… Eles vão usando a estatal para cuidar de seus próprios interesses. Em sua fala, Dilma sugeriu que as sem-vergonhices na estatal são ações isoladas, coisas deste ou daquele. Mentira também! O PT está afundando a Petrobras porque usa a estatal para distribuir prebendas políticas e para manter unidos os partidos da base aliada.
Venham cá: por que vocês acham que um partido político quer tanto ter direções de áreas técnicas de estatais? Como é que isso poderia ajudar a legenda? A resposta é simples: essa diretoria, fatalmente, terá de comprar coisas, de construir obras, de contratar serviços e consultorias. O dinheiro sai da corretagem.
Privatizada, no sentido mais vagabundo da palavra, que é o único que o PT conhece — já que execra o virtuoso —, a Petrobras está hoje. Ela precisa voltar a ser uma empresa pública.
Por Reinaldo Azevedo

sábado, 12 de abril de 2014

Dona Conceição! (Tadeu Arruda câmara)


O primeiro encontro deu-se em 1994. Podia até parecer um encontro qualquer se não fosse a linda história que ela tinha para contar.
Hoje, passando pela mesma residência fiz questão conversar com ela, dona Maria da Conceição Carlos, a mulher que me encheu de curiosidade. Queria saber tudo sobre ela.
Ela, um arquivo vivo de um passado vivido entre as quatro maiores autoridades que governaram o Rio Grande do Norte.
Quebrando o gelo e num apertado abraço, fui logo perguntando se ela se lembrava de mim?
Com um olhar tenro e uma excelente memória, completamente lúcida, disse que sim dando início a nossa conversa:
_ Qual a sua idade?
_ Estou dentro dos 97 anos, nasci em 17 de Dezembro de 1917, em Vilar, município de Ceará- Mirim na fazenda de Joca Sobral.
_ Quantos filhos a senhora teve?
_ Tive nove filhos, seis estão vivos.
_ Foi casada com quem?
_ Com Severino Miguel Francisco. Em 1946 ele foi para o Amazonas e nunca mais voltou. Depois soube que ele morreu de malária. Foi o grande amor de minha vida.
_ Quem levou a senhora para trabalhar na casa do governador?
_ Comecei a trabalhar aos quinze anos na casa de Valdemar de Sá. Lá aprendi muita coisa, principalmente na arte de cozinhar. Então, certo dia, dona Dulce de Sá, esposa de seu Valdemar, disse que havia me indicado para trabalhar como cozinheira na casa do governador Sylvio Pedroza.
_ Qual o prato que ele mais gostava?
_ Ele adorava panqueca. Era um homem muito educado, sempre atencioso.
_ Depois do governador Sylvio Pedroza você trabalhou com quem?
_ Com Dinarte Mariz. Também me tratava muito bem. Seu prato preferido era cozido de boi.
_ Depois de dinarte Mariz?
_ Trabalhei com Aluizio Alves. Não tinha preferência por pratos, comia de tudo.
_ Depois de Aluízio Alves?
_ Trabalhei com Monsenhor Walfredo Gurgel. O prato preferido dele era ensopado.
_ Dona Conceição qual o maior sonho de sua vida?
_ Meu filho o maior sonho de minha vida é ter uma casa para morar.
_ A senhora está aposentada?
_ Estou sim, ganhava um salário mínimo e meio, no governo de Fernando Henrique diminuiram para um.
_ A senhora tem medo da morte?
_ Não, de jeito nenhum. Tenho medo de deixar minhas amizades da igreja.
_ A senhora se sente uma mulher feliz?
_ Muito, muito mesmo, pois tenho Deus no meu coração.
_ A senhora falou dos pratos que os governadores mais gostavam, fale, então, do seu.
_ O que eu mais gosto é de massas e frutas.
_ Com quantos anos sua mãe morreu?
_ Minha mãe morreu com 66 anos. Morreu de uma gripe lavando roupa num rio em Ceará-Mirim.
Terminado nosso encontro, tiramos alguma fotos, e eu saí da casa dela com tantos pensamentos soltos. Uma hora pensava o quanto ela foi forte para criar a família sem a ajuda do

marido, outra, pensava como a vida foi sovina com ela, pois nem uma casa própria ela possui, apesar que no governo de Aluízio Alves, o próprio Aluízio Alves havia prometido uma casa na Cidade da Esperança.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

ENTENDA ESTA!

A Astra Oil, que tinha um representante no “comitê de proprietários”, adquiriu a refinaria de Pasadena em 2005 por US$ 42,5 milhões. Um ano depois, vendeu metade da planta para a Petrobrás por US$ 360 milhões. Em 2012, após quatro anos de processos judiciais, a estatal foi obrigada a comprar a outra metade, totalizando os US$ 1,18 bilhão.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O FIM DE LULA E DILMA!


O Fim de Lula e Dilma: Escândalo Bilionário na Petrobras é Maior que o Mensalão

Escrito por Fabiano Portilho -Diario da Região diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte

A compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras é o grande escândalo que o PT vinha abafando, mas acabou chegando ao Tribunal de Contas da União e com largas chances de aterrissar na Justiça Criminal.

No início de 2005 a refinaria Pasadena Refining System, de Pasadena, no Texas, foi adquirida pela empresa belga Astra Oil Company, pela quantia de US$ 42,5 milhões; em setembro de 2006 a Astra alienou à Petrobras 50% da refinaria mediante o pagamento de US$ 360 milhões, ou seja, vendeu metade da refinaria por mais de oito vezes o que pagara pela refinaria inteira, um ano e meio antes. Não seria de estranhar, por conseguinte, que a Astra Oil Co. pretendesse vender os 50% que permaneciam no seu patrimônio.

Ocorre que, por desentendimentos cuja natureza ignoro, a Astra ajuizou ação contra a Petrobras e nela a Petrobras teria sido condenada e, mercê de acordo extrajudicial, pagou à Astra US$ 820 milhões, pondo fim ao litígio.

O estranho negócio, que causou prejuízo de pelo menos US$ 1 bilhão à empresa e seus acionistas, tem como protagonistas pessoas muito próximas a Lula e, sob a ótica do escândalo, tem todos os ingredientes necessários para superar com folga o Mensalão do PT.

No olho do furacão estão Guido Mantega, ministro da Fazenda e atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras; José Sérgio Gabrielli de Azevedo, ex-presidente da estatal petrolífera e atualmente secretário no governo Jaques Wagner; Almir Guilherme Barbassa, diretor financeiro da empresa e presidente da Petrobras International Finance Co., a caixa de Pandora da empresa; Nestor Cerveró, diretor financeiro da BR Distribuidora; e Alberto Feilhaber, funcionário da Petrobras durante duas décadas e há alguns anos trabalhando na Astra Oil, uma das empresas do grupo que atraiu a Petrobras para a refinaria de Pasadena e depois largou a bomba nas mãos dos brasileiros.

Sérgio Gabrielli e Lula

O escândalo ganha contornos maiores e mais perigosos porque à época do negócio, que pode acabar em tribunal de Nova York a pedido de investidores internacionais, a presidente do Conselho de Administração da Petrobras era Dilma Rousseff, que posicionou-se contra o projeto apresentado por José Sérgio Gabrielli, seu desafeto, mas que por imposição de Lula foi obrigada a aceitar o negócio.

Com um terço do seu valor corroído nos últimos três anos e enfrentando sérios problemas de fluxo de caixa, inclusive com direito a atraso no pagamento de fornecedores, a Petrobras vem assustando o mercado financeiro, cujos analistas apostam em um rombo de alguns bilhões de dólares na estatal.

Esse crime em termos de governança corporativa que o PT cometeu na Petrobras é infinitamente mais danoso do que a eventual privatização da empresa. Acontece que nenhum ser humano minimamente lógico e dotado de inteligência, a ponto de ser guindado a cargos de direção em uma empresa como a Petrobras, aceita um negócio lesivo, como a compra da refinaria texana, sem que haja um plano diabólico por trás.

O Ministério Público Federal (MPF) já se debruça sobre o preâmbulo de uma ação que investigará casos concretos de superfaturamento em contratos firmados pela Petrobras durante a gestão de José Sérgio Gabrielli.

Na mira do MPF também estão outros escândalos envolvendo a Petrobras, como o da Gemini, empresa através da qual governo brasileiro repassou, não de graça, o monopólio de produção e comercialização de gás natural liquefeito (GNL) a uma companhia norte-americana.

Pega ladrão!


Início da maracutaia!



terça-feira, 8 de abril de 2014

Aposentadoria!


Muita gente correndo a procura de tempo de serviço nas prefeituras do RN para se aposentar em outros órgãos com vultosos salários. Foi grande o comentário na Rádio Senadinho esta semana. O caso dá uma cadeia grande.

Contradição!


A  mulher que está abraçada com Dilma é Erenice Guerra. Foi um grande escândal que teve estopim no dia 11 de setembro de 2010, graças a uma denúncia da revista Veja, que o filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, Israel Guerra, estava envolvido em tráfico de influência, favorecendo sua empresa de aviação, MTA linhas aéreas e assim fazendo uma negociação com os Correios. O escândalo culminou com a saída de Erenice Guerra do cargo de Ministra da Casa Civil.

Lembrando!


Semana dessas falei que o Brasil estava saindo de uma convulsão social para uma guerra civil. Das críticas que recebi respondo com uma única pergunta: o que é que o Exército está fazendo neste momento na cidade do Rio de Janeiro?

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Candidaturas no RN! (Robinson Faria e Henrique Alves).


Duas posições politicamente erradas estão sendo utilizadas pelos principais candidatos ao governo do Estado. Uma é a do candidato Henrique Alves metendo o cacete no PT, onde na verdade é um aliado e goza de todos os benéficos da corrupta sigla.

A outra é a postura de Robinson Faria em colar a imagem em Lula. Tirar proveito das imagens de Lula e Dilma nestas alturas é absorver o ódio coletivo que a população está nutrindo pelos mensaleiros e aloprados. O melhor de Robinson é assumir a postura de independência, olhar para ele mesmo e ver seus valores, que por sinal são os melhores possíveis.

sábado, 5 de abril de 2014

Alerta!

Sempre pela parte da tarde, finalzinho de expediente, vou tomar um cafezinho no Midway. Adoro conversar com pessoas bem humoradas, pessoas amigas.
Semana passada uma senhora fazendo parte de nossa mesa contou que recebeu uma carona de uma amiga até sua residência na Av. Antonio Basílio. Ao descer do carro dois bandidos em uma moto anunciaram um assalto. O garupa, além de receber os pertences da vítima, ainda deu um bofete no rosto dela chamando-a de vagabunda. Não tenho autorização dela para dizer o nome, só digo que é de classe média, culta, e séria!
O BRASIL ESTÁ SE ACABANDO!

Bolsa Família!

Não estou entendendo mais nada de matemática. O PT diz que acabou com o desemprego no Brasil. Diz que o Bolsa Família, programa criado por FHC com o nome de Bolsa Escola, só é para quem se encontra desempregado, e no entanto registra 60.000.000 (sessenta milhões) de pessoas recebendo o Bolsa família. O que mais me indigna é saber que toda esta compra de votos é com o dinheiro de quem já está morrendo de fome: os aposentados do INSS. Pessoas que passaram a vida inteira se sacrificando para ter uma velhice digna. Vem o governo e faz politicagem com o suor e lágrimas de quem produz alguma coisa neste país.

Pesquisas!

O negócio é o seguinte: o candidato manda fazer pesquisas sobre o que a população mais quer, e o que mais interessa ao povo. Diante dos resultados o espertalhão vai para os meios de comunicação dizer suas propostas de governo, o que vai fazer, quando na verdade já teve vários mandatos, mas nunca fez nada pelo povo. Mesmo assim espera pelo seu voto, muitas vezes nas maiores gargalhadas. Entendeu “Zé Mané”?

sexta-feira, 4 de abril de 2014

É muita maldade!


Escutei ontem no Senadinho do Midway:  o garoto propaganda da revista Playboy depois que ganhou um boné de bode começou a berrar mais alto!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Livre pensar!

O povo brasileiro é igual mulher de malandro, de tanto apanhar acostuma-se no sofrimento. Veja o caso da Petrobrás que está em petição de miséria por conta da malversação do seu patrimônio. Enquanto isto o povo quer eleger Dilma no primeiro turno. Depois vai se lamuriar dizendo que só tem ladrão no Brasil, quando na verdade tudo começa com o voto do imbecil.

quarta-feira, 2 de abril de 2014


terça-feira, 1 de abril de 2014

Pensando bem!


A ponte Rio/Niterói foi construída no governo militar. O ministro era o coronel Mário Andreazza. Quando ele faleceu, os amigos fizeram uma vaquinha para ajudar no enterro do mesmo, haja vista a precariedade financeira da família.
Fico imaginando se esta turma de aloprados e mensaleiros pega aquela obra!

Carlos Alberto Brilhante Ustra



Um muro transparente, de vidro, guarda a residência de um dos mais famosos agentes da ditadura. Gaúcho radicado em Brasília, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra foi o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador. Nos três anos e quatro meses em que comandou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, 502 pessoas teriam sido torturadas no local e 50, mortas pelo órgão. Ustra insiste, há décadas, em negar todas as acusações, apesar dos inúmeros relatos de ex-presos e até de ex-agentes.
A tese de defesa do coronel nascido em Santa Maria - que no fim da década de 1970 também atuou no Centro de Inteligência do Exército, em Brasília, e comandou o 16° Grupo de Artilharia de Campanha, em São Leopoldo - começou a ser escrita há 29 anos pelo punho de sua própria esposa, Maria Joseíta. Em outubro de 1985, dois meses após a então deputada Bete Mendes reconhecer Ustra como seu torturador - fato que levou o nome do militar (na ocasião adido militar no Uruguai) às primeiras páginas de jornais de todo o país -, Joseíta escreveu uma carta às filhas, Renata e Patrícia, o que seria a introdução de um álbum dedicado às herdeiras do casal. No lugar de fotos da família, recortes de jornais, documentos e anotações, para que, no futuro, as filhas não se envergonhassem de carregar o sobrenome do militar. Dali veio a inspiração para o primeiro livro do militar, Rompendo o Silêncio, lançado em 1987, que reproduz e amplia os argumentos e exemplos citados no manuscrito assinado pela esposa.
"Todos dizem que foram torturados"
O senhor responde a processos por tortura, sequestro e ocultação de cadáver, foi o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador. Nos três anos e quatro meses em que comandou o DOI-Codi em São Paulo, dezenas de pessoas foram mortas pelo órgão.
O senhor tem dormido bem à noite?
Sempre dormi. Graças a Deus, tenho dormido muito bem à noite. Nunca tive problema de consciência, porque não fiz nada de errado.
O senhor participou ou tinha conhecimento da realização de sessões de tortura no DOI-Codi?
Não. Eu não participei e não tinha conhecimento de sessões de tortura. Isso não havia. Excessos podem ter havido de ambos os lados. Não vou dizer para você que não houve. Pode ter havido excesso de um lado, o cara perder a paciência... Isso pode ter havido. Mas isso é explorado pela esquerda, que quer nos desmoralizar com esse problema de tortura. Mario Lago (ator, autor e comunista) já dizia isso: "Quando saírem da prisão, vocês sempre digam que foram torturados".
Que excessos podem ter sido cometidos?
Não me lembro. Excessos... Eu não me lembro, assim, de excessos que podem ter cometido.
Excessos durante interrogatórios?
Cometeu-se, às vezes, no ato da prisão. Pode ter sido. O cara reagia, brigava, havia luta corporal... Você sabe, terrorista não é brincadeira. Não é fácil, entendeu? Mas todos dizem que foram torturados. Uma das poucas que disse em juízo que não foi torturada foi a Bete Mendes. No depoimento, chorou e disse que não foi torturada. E assinou o documento com dois advogados de defesa presentes. Chorou, disse que estava arrependida.
Por que tantos anos depois, quando vocês se reencontraram no Uruguai (em 1985, Ustra era adido militar e Bete, deputada federal) ela o acusou de tê-la torturado?
Aí, minha filha, eu é que quero saber por que que ela mudou. Quando elas foram presas eram umas crianças. Ela não, era maior (de idade).
Ela não pode ter se sentido coagida, com medo?
Mas coagida na frente do juiz, do júri, com pessoas assistindo, com dois advogados ao lado? Todos os presos chegavam lá e diziam: "Eu fui torturado horrivelmente". E ela se arrependeu, chorou. Ela esteve presa 20 e poucos dias, era a líder do grupo que doutrinava. Eram meninos do secundário, 18, 17 anos. Fui ao general e pedi para entrar em contato com o juizado de menores. Foi lá a dona Zuleika Sucupira, dava assistência e declarou: "Eles, aqui, estão sendo muito mais bem tratados do que nós poderíamos tratá-los". Depois, saíram de lá nenhum disse que foi torturado. Um pai até me escreveu uma carta agradecendo pelo tratamento.
Mas o que justifica a existência de inúmeros relatos de ex-presos e até de ex-agentes do DOI-Codi (como o ex-sargento Marival Chaves e o ex-escrivão Manoel Aurélio Lopes) que indicam que a tortura era uma prática comum no destacamento?
Olha, esse escrivão diz que serviu no DOI de 1972 a 1978, (Ustra pega um jornal e lê) "admitiu que houve torturas sistemáticas de presos políticos". Estou olhando a fotografia dele. Não me lembro de jeito nenhum. Uma coisa tenho certeza: pelo nome, da equipe de interrogatório ele não era. Uma coisa que a gente levava a sério era a compartimentação: quem era do interrogatório, era do interrogatório. Ninguém tinha nada que saber o que um e o que outro fazia. Ele disse que viu por uma porta, com certeza, não teria entrado lá.
Agora, esse sargento Marival serviu comigo uns dois meses. Esse cara, não sei o que aconteceu com ele. Eu sei, mas não posso dizer por que ele está fazendo isso. Não posso falar porque não tenho provas, mas sei por que aconteceu. Me consta que ele foi comprado, que ele recebeu grana para fazer isso. Ele disse na Comissão da Verdade que eu era senhor da vida e da morte. Ora, eu era senhor da vida e da morte de quem, meu senhor?
O senhor escreveu no seu último livro que "vidas humanas dependiam das suas decisões".
Sim, claro. A vida dos meus subordinados. Quando eu mandava meus subordinados para a missão - e existiam várias em que eu ia - , muitas vezes, levava o capelão militar para nos abençoar antes de sair. E nós partíamos para cumprir o nosso dever.
Qual era esse dever?
O dever? Era impedir que a luta armada vencesse e introduzisse o comunismo no Brasil, conforme eles estavam programados para fazer. Sim, esse era o nosso dever.