Brasília - O Congresso está em recesso, mas a oposição não dá trégua ao governo e anunciou que entrará amanhã com um requerimento no Ministério Público Federal de São Paulo pedindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse ontem que a representação é importante porque apareceram novas suspeitas, além das levantadas na Operação Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal, no fim do ano passado. A investigação revelou que Rosemary teria participado de uma rede de tráfico de influência em benefício de negócios particulares. Rosemary foi afastada.

Em outra frente, o PPS protocolou ontem na Câmara pedido para que a Comissão Representativa do Congresso se reúna e aprove um requerimento solicitando ao Ministério da Fazenda que esclareça se Rosemary teria influencido ou não na escolha de dirigentes do Banco do Brasil (BB) e do Previ, o fundo de pensão dos seus funcionários. A denúncia é da revista Veja desta semana, que levanta também a suspeita de que Rosemary possa ter pressionado o BB para que adquirisse o banco Nossa Caixa. Os dois pedidos de investigação foram feitos pelo PPS. O PSDB também prometeu cobrar mais informações.

“Ela gozava da intimidade do ex-presidente Lula para fechar negócios escusos. A quebra dos sigilos é fundamental para esclarecer toda essa sujeira. Inclusive para saber se houve envolvimento, ou não, do ex-presidente da República nessa história", disse Bueno.

Ontem, Rosemary se apresentou na 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo. Em dezembro, uma juíza determinou que, a partir de janeiro, Rosemary se apresente à Justiça de 15 em 15 dias.