Um Brasil sem Futuro Por: Luiz Roberto Pires Domingues ☼
Eu não consigo entender bem por que motivo o povo brasileiro reclama tanto dos políticos deste País, e neles continua votando. Muito provavelmente cada cidadão não tem consciência do que faz, enquanto povo, e acha até muito normal tudo o que fazem no seu dia-a-dia, repudiando qualquer repreensão às suas atitudes cotidianas, por mais bizarras que sejam.
Para se ter uma ideia, os brasileiros não se dão menor conta de que falam no celular enquanto dirigem; trafegam pelo acostamento num congestionamento; param em filas duplas e triplas em frente às escolas; saqueiam cargas de veículos acidentados; estacionam nas calçadas, e em vagas exclusivas para deficientes físicos; tentam subornar as autoridades quando são pegos cometendo alguma infração; trocam votos por areia, cimento, tijolo e dentadura; violam a lei do silêncio; dirigem bêbados; invadem solenemente a fila dos idosos nos supermercados; pegam atestados médicos sem estar doentes; fazem gato de luz, de água e de TV a cabo; registram imóveis no cartório num valor muito abaixo do efetivamente pago, para diminuir a carga dos impostos; compram recibos para abater na declaração de imposto de renda; mudam a cor da pele nos documentos para ingressar na universidade, através do sistema de cotas; pedem uma nota a maior do que foi de fato pago, quando têm de prestar contas; comercializam objetos doados nas campanhas de catástrofes; adultera o velocímetro do carro, para vendê-lo como se tivesse pouco rodado; pedem para que se dê um jeitinho, quando não cumprem a lei. Mas não é só. Compram produtos piratas, sabendo que é pirata; emplacam o carro fora do seu domicílio, para pagar menos IPVA e menos seguro; jogam no bicho; frequentam os caça-níqueis ilegais; levam pequenos objetos da empresa onde trabalham, como clips, papel, canetas e lápis; comercializam irregularmente o vale-transporte e vale-refeição que recebem; falsificam declarações; não dizem a verdade ao agente da Receita Federal sobre o contido as bagagens trazidas do exterior; não devolvem os objetos achados, picham propriedades particulares e prédios públicos; destroem orelhões, lixeiras, bancos de praça; põem a empregada, a tia e a avó, como dependentes do imposto de renda; simulam vergonhosamente falta dentro da área, para ganhar um pênalti, na frente de milhares de espectadores. A lista é enorme. Fazem cópia pirata de Cds e DVDs; mentem frequentemente; o Presidente diz que não sabia de nada, descaradamente na frente de milhões de eleitores, e se diz um símbolo de retidão e de ética; misturam água no leite; vendem coelho por lebre, as testemunhas nunca viram nada; fazem a cachaça com mais álcool do que cana; adulteram o uísque; os fiscais se corrompem; as indicações nas embalagens dos produtos vendidos muitas vezes não condiz com o que eles na verdade contêm; pisam na grama; jogam lixo na praia; e muitas outras tantas mazelas, que fazem parte deste nosso cotidiano bem brasileiro.
Como se pode, a partir disso, exigir que nossos políticos, deputados e senadores, deste nosso Brasil varonil, não editem atos secretos; não enganem o povo; cumpram o que prometeram; dêem um exemplo de seriedade para o País; não fraudem o painel de votação do Congresso Nacional; não façam uso do dinheiro público em benefício próprio; não emitam passagens aéreas para os parentes e amigos por conta dos tributos pagos pelos contribuintes; não usem os aviões estatais para uso pessoal; não vendam os seus votos ao Poder Executivo; não façam parte do Mensalão, não confundam o público com o privado; não legislem em causa própria, mas sim em favor do povo e não se convertam em anões do orçamento?
Como? Se eles saíram deste mesmo povo, deste mesmo saco, como podem mudar de comportamento quando estiverem no Poder? Fazem lá exatamente o que aprenderam e aquilo que sempre fizeram. Por que se escandalizar com os atos secretos? Por que ficar abismado com o uso do dinheiro público para comprar passagens aéreas para os amigos? Por que repudiar o Presidente do Senado empregando a sua família lá?
Eles estão simplesmente continuando a ser o que sempre foram, a fazer o que sempre fizeram na sua vida inteira. Não mudaram de comportamento, não mudaram de caráter, não mudaram em nada. Ou você não sabia disso!
Se nenhum Presidente da República investir seriamente na Educação, para que a geração dos nossos bisnetos possa começar a se purificar destas bandalheiras que se espalham por todos os Poderes desta Republiqueta, e que transforme cada cidadão em verdadeiro fiscal do bem da nossa sociedade, só caminharemos para o caos, e ninguém, mas ninguém conseguirá sobreviver em meio a tanta lama, a tanta sânie, a tantas escórias e podridão plantadas pelos políticos, e regadas por este povo, com o seu voto, que a cada eleição lá comparece (absurdamente obrigado), para eleger péssimos representantes desta classe espúria, que cada vez mais envergonha este País de gentes humildes, honradas, honestas e trabalhadoras.
Nós não merecíamos tanto doe nossos políticos; tantas mazelas, tanta ingratidão, tanto descaramento, tanta desumanidade, tanta ganância, tanto desprezo, tanto desamor, tanta corrupção. E também tanta tolerância, tanto perdão, tanta cegueira e tanta subserviência deste nosso pacato povo brasileiro.
Meu Deus, olhai por nós!
Luiz Roberto Pires Domingues |
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