sábado, 13 de outubro de 2007

C L U B E D O S 1 2 0 A N O S

Humor e riso na terapia derecupera­ção
ESPALHA-SE entre os médicos o critério de que o humor e o seu produto imediato, o riso, podem se tornar elementos positivos nas terapias de recuperação em pacientes de todas as idades, incluindo os idosos que aspiram a viver 120 anos.
Como mencionamos noutros trabalhos, o tema foi tratado há pouco no cinema, quando o famoso ator cômico e dramático Robin Willians fez a personagem de «Patch Adams», o especialista incomum, autoconvencido de que o humor pode sarar. No filme, ele teve de lutar contra a oposição dum sistema que faz resistência às novas terapias alternativas.
No livro Laught after laught: The Healing Power of Humor, o dr. Raymond Moody afirma que o humor possui um importante poder curativo e faz propostas concretas para a incorporação de atividades que incluem este tipo de terapia em instituições da saúde. «No decurso dos anos, tenho encontrado um número surpreendente de casos nos quais os pacientes que ficavam rindo deles próprios ganhavam saúde, ou pelo menos utilizavam o senso do humor como resposta positiva e adaptável à doença», afirma.
A partir desta observação, que vem a reafirmar o velho credo popular relativo aos benefícios que pode trazer o fato de manter um bom estado de ânimo, o autor decidiu submeter estes dados empíricos a uma pesquisa minuciosa. Chegou a asseverar que o humor e a saúde são noções muito ligadas, ainda que reconheça que, em certos casos, o riso aberrante é sintoma de algumas doenças.
O riso é um fenômeno complexo, que envolve aspectos fisiológicos e mentais de quem ri. Entre os aspectos fisiológicos Moody destaca:
•«descontrair os músculos, com uma importante descida do tom muscular; movimento diafragmático: o enorme músculo chamado diafragma que isola as cavidades abdominal e peitoral e tem uma importante missão na função respiratória, fica muito implicado quando rimos; também excitação fisiológica, pois, além do componente fisiológico do humor, os estudos falam da profunda rela­ção do riso com os estados fisiológicos do organismo­.»
O autor também põe ênfase nos fatores sociais do riso, como seu caráter contagioso, porque ajuda em situações socialmente incômodas e pelo poder comunicativo do humor.
Estes fatores apresentam uma importância terapêutica especial perante disfunções de tipo social.
Apesar das tentativas goradas de muitos entusiastas do humor como elemento de cura e de aliviar o estado de doentes com processos lastimosos, algumas experiências tiveram repercussão.
Arranjando um âmbito epistemológico na psico-neuro-imunologia todas estas tentativas ganharam maior rigor científico, bem como a hipótese de serem aplicadas como experiência piloto nas instituições da saúde.
Há outros jeitos de usar o estado de ânimo como método alternativo para a recuperação de pessoas que padecem inúmeras patologias. Eles se concretizaram nas tentativas terapêuticas de enorme sucesso, como musicoterapia, terapias com animais, etc.
As revelações da imunologia, que demostraram a ligação estreita entre o estado emocional e o funcionamento do sistema de defesa, abriu um campo fértil, não só para as terapias, mas também para focalizar as atividades de prevenção, levando em conta estes fatores.
Entre os entraves com que se depara a risoterapia para a sua inserção na medicina, Moody salienta que «as profissões sanitárias têm a tendência de se autoacharem muito sérias».
Para situar o humor no seu justo lugar dentro das atividades curativas, ele finaliza:
«Não estou propondo que os médicos se tornem humoristas. Também não recomendo banir as técnicas médicas que já possuimos. Apenas proponho que sejam utilizadas como complemento... propiciar o riso de alguém equivale a aumentar diretamente a qualidade de vida».
Transcrito de um jornal de havana: Gramma Internacional Impresso.
Colaboração: Tadeu Arruda Câmara

Nenhum comentário: