Maurício Tatar
A nossa digestão começa pela boca, esta desempenha um papel semelhante ao do estômago (boca em latim é stoma). Neste espaço, que contém a língua, dentes, glândulas salivares e mucosa, ocorre a absorção de 75% de todo carboidrato (cereais e derivados, açucares – mel , melado, mascavo etc – , hortaliças e frutas). É através da ação de uma enzima encontrada na saliva, chamada ptialina ou amilase salivar, em associação com os componentes acima citados, que o amido é quebrado em pequenas partículas até transformá-los em glicose. Assim, esta pode ser carregada para o interior dos vasos sanguíneos e distribuída pelo corpo todo. A glicose que não for utilizada será transformada em glicogênio e armazenada no fígado.Qualquer alimento precisa ser reduzido para ser absorvido, este processo passa por duas etapas concomitantes, a mecânica (mastigação) e a química, ( ação das enzimas digestivas), com isso, aumentamos a área de superfície de contato do alimento para a ação das enzimas. Quando não ocorre esse processo de maneira satisfatória, o alimento chega pouco “quebrado” no estômago e a amilase salivar é totalmente inativada em meio ácido. Assim sendo, o carboidrato fica muito mais tempo para ser quebrado, o que gera um quadro de fermentação. Isso proporciona uma maior produção de gás carbônico e ácidos.Em conseqüência disso, inicia-se um processo inflamatório no estômago e intestino delgado, que pode se expressar de várias formas como: azia, dor de estômago, colite, refluxo, prisão de ventre, aftas, náuseas, sensação de estar empanturrado, sabor amargo na boca, sonolência, enxaquecas, distensão abdominal, gases, tonteira, irritabilidade, dificuldade de concentração, taquicardia, opressão no peito, obesidade e etc.Por não se fazer uma mastigação adequada, deixamos de produzir energia em quantidade suficiente para o nosso dia-a-dia, afetando assim, todo o processo metabólico, gerando como conseqüência disto, estados de cansaço, desânimo, ansiedade, medos, queda de cabelo, diminuição da libido, impaciência e retenção hídrica (ficamos inchados).Vejam que em nenhum momento estou me referindo a alimentos. Isto tudo acima citado independe do tipo de alimentação. O nosso enfoque está na forma ou maneira como as pessoas se relacionam com a comida.Devemos resgatar o hábito de nos sentarmos à mesa, sem pressa, respirando profundamente, fazer uma prece de agradecimento por esse momento de paz ou uma breve meditação e relaxar. Se possível, comer em silêncio, sem televisão ou som, sem ler ou discutir. É importante estarmos inteiros naquilo que fazemos a cada instante da vida. Podemos contemplar a comida, observando suas formas e cores, sentindo seu aroma, e aí então o seu paladar. Saborear a refeição é sentir a maravilha da natureza ali na nossa frente.Provavelmente sairemos da mesa , mais tranqüilos, leves, bem dispostos para realizarmos qualquer tipo de atividade. Esse simples ato de mastigarmos e respirarmos com mais calma, proporcionará uma qualidade de vida superior, assim como uma atitude preventiva de saúde.
sábado, 19 de abril de 2008
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