sábado, 26 de julho de 2008

Crônica feita em 02 de Agosto de 2005.

Rememorando:
Meu Deus, diga que é mentira. Se for verdade dai-me condições de pelo menos entender o que se passa no meu país. Tenho 54 anos de idade, só votei em três candidatos a presidência da república, todos eleitos. O primeiro foi o Sr. Fernando Collor de Melo. Fez-me sonhar com suas promessas de combate a corrupção, o resto, todo mundo sabe, não vou ser enfadonho.

O segundo, que votei, foi outro Fernando, só que Henrique Cardoso. Pediu que esquecêssemos o que ele escreveu, foi duro mas esqueci. Transformações aconteceram, privatizações etc...O Brasil parece ter entrado no eixo do mundo capitalista, mergulhado na globalização, onde todos comercializam, todos consomem, todos produzem, uns com incentivo, sem o peso perverso dos impostos e outros sacrificados, marginalizados. Estes sacrificados somos nós brasileiros, povo heróico do brado retumbante.
O terceiro foi o Sr. Luis Inácio da Silva, ou seja, o famigerado Lula, cujo slogan de campanha, Lula lá, emocionava uma geração sedenta de justiça e esperançosa de transparência na administração pública. Em sua posse chorou, disse que a esperança tinha vencido o medo. Confesso que vibrei. Agora tínhamos um nordestino vindo do sofrimento, produto da seca, acostumado a usar ônibus como meio de transporte , sabia como ninguém o que era fome etc...
Meu primeiro espanto no Lula lá, foi quando ele comprou por dezenas de milhões de dólares um avião, dizem as más línguas que foi imposição da primeira dama, pois o outro era barulhento, irritava seu temperamento forte de descendência italiana, mas deixa pra lá. O tempo foi passando e sempre pairava no ar um clima de desconfiança para com a sigla PT, pois havia muita propaganda, muito barulho por nada, como se estivesse escondendo um barulho maior, oculto , misterioso.
O meu sangue sertanejo sempre dizia que muita farofa era sinal de pouca carne. Fiquei na espreita sempre assistindo noticiários, alguma notícia da banda de Brasília.Tem coisas na vida que só se acredita vendo, pegando, sentindo. A metamorfose política que o país passa, é uma delas. Lembro como se fosse hoje o famoso PC Farias do governo Collor. Conhecido pelas piruetas financeiras, influência e capacidade de arrecadação de fundos para campanha de Fernando Collor. Só que passou a campanha e PC ficou arrecadando sem parar, como um alucinado.
Foi tanto dinheiro que apareceu um Senhor chamado Pedro Collor que resolveu denunciar, aí foi aquele escândalo. Agora a história se repete. No governo Collor assim que as denúncias pipocaram, o Presidente em pessoa pediu uma CPI . Talvez não soubesse, naquele momento, o tamanho do vendaval que se aproximava. Agora a coisa é diferente . O nosso Lula Presidente fez de tudo para obstacular a CPI, como já soubesse o que estava por vir. O PC de Collor não ocupava cargo público, só trafego de influencia. O PC do Lula também não tem cargo na administração Lula . O Pedro Collor do Fernando Collor abriu a boca para os quatro do mundo e denunciou. A Nação ficou perplexa , atônita, foi para praça pública com caras pintadas gritando fora Collor. O Pedro Collor de Lula também abriu a boca para os quatro cantos do mundo , fez o mesmo que o outro. A Nação parou, todos ficamos estarrecidos. A atenção de todos os brasileiros era para os meios de comunicações, sem acreditar no que estava acontecendo . Cadê os caras pintadas? Onde se esconderam? Claro que estão envergonhados iguais a mim.

Só agora entendo porque o companheiro Lula chorou, ele sabia que tipo de gente iria ser refém. Antes a esperança perdesse para o medo do que perder para corrupção.

TADEU ARRUDA CAMARA

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