Hoje quando os últimos raios do sol se rendem, em 'dégradé', ao crepúsculo, dando adeus ao azul do dia, mergulhando no escuro da noite, vêm-me os últimos pensamentos do dia, fazendo-me refletir, a todo o instante, sobre a vida. Penso nos caminhos traçados, que o destino muitas vezes nos presenteia. Não sei por que razão os ensinamentos de meu pai vêm com força abrir meus olhos. Eles vêm como um carão: “Eu lhe avisei!” Pensar em meu pai é mesmo que repassar na memória os valores éticos que a dura educação dada por ele nunca se desatrele dos trilhos morais que sempre levei a vida.
Chegando aos sessenta anos, começam as indagações: como está correndo rápida a vida! Os cabelos brancos estão chegando como se a neve do tempo dissesse que o inverno da vida não tarda chegar. Aqui da varanda da casa que escolhi para passar a velhice, na minha querida praia de Muriú, fitando o horizonte, escuto a voz do vizinho dizendo que a noite é de lua cheia. Quantas e quantas luas cheias eu vi na vida, mas nenhuma foi tão presente como a desta noite. Realmente, ela apareceu mais dourada do que de costume. Deslizando diante de meus olhos, trazendo lembranças dos tempos de menino, mostrando que o homem chegou até ela, mas nada pode fazer, sua exploração continua restrita aos poetas e apaixonados. Não sei por que, nesta noite, vejo a lua como se estivesse vendo pela primeira vez. Tudo nela é diferente. Deus parece que quis falar comigo. Comecei a sentir a força criadora dando alento a um ateu que, em instantes, começava a acreditar num Deus Onipotente, Onisciente e, acima de tudo, justo. Um Deus que dizia pra mim que tudo na vida se sente e muito pouco se explica. Foi a partir daí, que entendi o quanto o homem é insignificante perante o universo. Realmente, um grão de areia.
Chegando aos sessenta anos, começam as indagações: como está correndo rápida a vida! Os cabelos brancos estão chegando como se a neve do tempo dissesse que o inverno da vida não tarda chegar. Aqui da varanda da casa que escolhi para passar a velhice, na minha querida praia de Muriú, fitando o horizonte, escuto a voz do vizinho dizendo que a noite é de lua cheia. Quantas e quantas luas cheias eu vi na vida, mas nenhuma foi tão presente como a desta noite. Realmente, ela apareceu mais dourada do que de costume. Deslizando diante de meus olhos, trazendo lembranças dos tempos de menino, mostrando que o homem chegou até ela, mas nada pode fazer, sua exploração continua restrita aos poetas e apaixonados. Não sei por que, nesta noite, vejo a lua como se estivesse vendo pela primeira vez. Tudo nela é diferente. Deus parece que quis falar comigo. Comecei a sentir a força criadora dando alento a um ateu que, em instantes, começava a acreditar num Deus Onipotente, Onisciente e, acima de tudo, justo. Um Deus que dizia pra mim que tudo na vida se sente e muito pouco se explica. Foi a partir daí, que entendi o quanto o homem é insignificante perante o universo. Realmente, um grão de areia.
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