Pelos idos dos anos setenta, passando pelo Açu-rn, escutei esta feita pelo poeta intelectual Renato Caldas. Se por acaso sair diferente, me corrijam.
Lá em casa a casa é sua
Com carne gorda e pirão
Com rapadura do brejo
Mungunzá e requeijão
Lá tem sempre um criado
Prá selar seu alazão
Uma rede armada
Uma esteirinha no chão
Um oratório de santo
Prá ouvir sua oração
Uma mulher prá lhe servir
Numas coisas, noutras não.
Passando por Campina Grande-PB, escutei a história de um poeta que convocado para ir à guerra, desertou escondendo-se numa cidadezinha próxima a Campina Grande.
Acontece que o poeta era dado as bebedeiras e toda manhazinha, pelas quatro horas, fugindo do sargento que o procurava, costuma se embriagar deixando a conta no famoso prego.
Um dia o dono da mercearia resolveu denunciá-lo. O sargento incrédulo disse que o flagraria. E foi o que aconteceu.
Chega o poeta, me desculpem, infelizmente, faz mais de trinta anos, esqueci o nome dele, toma o primeiro gole e surpreende-se com a voz de prisão: você está preso!
Vejam a resposta do poeta ao Sargento:
“Sargento não me leve pra guerra
Me perdoe a fraqueza
Não me dê a surpresa
De ver meu sangue sobre a terra
Me deixe no pé daquela serra
Morando nos buracos
Convivendo com os macacos
Até morrer de fome
Depois pode escrever meu nome
No livro dos homens fracos”.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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