A raposa e o corvo
O senhor mestre corvo, num galho pousado,
No bico tinha preso um queijo apetitoso.
Sendo atraída ali pelo manjar cheiroso,
Diz-lhe mestra raposa em tom adocicado:
- Bom dia, mestre corvo, meu senhor.
Que bonito que sois! Que penas, que esplendor!
Palavra que se a voz tendes maviosa
Quanto vossa plumagem é vistosa,
Sois a fénix, oh! sim, das florestas daqui.
De orgulho, o corvo, então, nem coube mais em si.
E para a linda voz mostrar,
Descerra o bico e assim deixa o queijo escapar.
A raposa agarrou-o e disse:
- Meu senhor, Aprendei que o adulador
Vive à custa de quem lhe dá atenção.
Vale um queijo por certo esta lição.
O pobre corvo, então, confuso e envergonhado,
Jurou, mas tarde já, não ser noutra apanhado.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
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