quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ralham as comadres, aparecem as verdades:

Vereador denúncia lobby
Ana Amaral/DN
Renato Dantas, PMDB, disse que vai acompanhar e cobrar as insvestigações O vereador Renato Dantas (PMDB), no primeiro discurso na Câmara, após o seu insucesso eleitoral, afirmou que agora vai lutar para ‘‘resgatar sua dignidade’’, ao se referir aos desdobramentos da Operação Impacto, que investigou um suposto recebimento de propina pelos vereadores para favorecer construtores na votação do Plano Diretor de Natal (PDN), no ano passado. E reforçou uma antiga uma acusação: ‘‘Quem comprou o apartamento de Geraldo Neto (PMDB) foi o deputado (estadual) Walter Alves (PMDB). Com dinheiro do gabinete da Assembléia Legislativa’’.‘‘A briga não acabou. Agora ela vai começar. Mesmo eu sem mandato de vereador. Vou brigar para limpar o meu nome, resgatar minha dignidade. Os parlamentos no Brasil perderam a autoridade. Ser vereador é secundário. Prefiro resgatar a minha dignidade’’, disparou. Para Dantas, o que originou a operação Impacto foi uma disputa entre os proprietários de terrenos da Zona Sul contra os da Zona Norte. ‘‘É preciso que Natal saiba: foi feito um grande lobby nesta cidade. Diminuíram o gabarito (altura) dos prédios da Zona Norte para que os terrenos da Zona Sul permanecessem valorizados’’. E falou que o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, foi um dos interessados nessa restrição da altura dos prédios no lado norte da cidade. ‘‘Em Nova Parnamirim há um terreno de um tio de Carlos Eduardo Alves onde será construida uma obra com 900 apartamentos. É preciso esclarecer isso!’’. O vereador atribui que sua derrota aconteceu por causa dos efeitos da Operação Impacto. ‘‘Fui contra o acordão, ‘um arroto de arrogância dos caciques. Sem palanque e com fama de bandido e corrupto. Eu não tive coragem de pedir voto a ninguém. Senti vergonha’’.No entanto, Renato Dantas, disse que, na Câmara, ‘‘ficará a história’’ de um vereador ‘‘que nunca se vendeu’’. ‘‘Não me vendi a Wilma de Faria, a quem nesta tribuna fui o primeiro a defender a sua candidatura ao governo do Estado. Rompi quando achei que deveria romper’’. Falou no mesmo sentido contra o prefeito Carlos Eduardo e considera a sua administração ‘‘suja’’. ‘‘O primeiro líder do prefeito fui eu. Rompi porque achei que ele foi o pior prefeito de Natal. O mais embusteiro. A administração mais suja. Só maquiagem e fachada’’.E justificou o seu posicionamento na votação do PDN. ‘‘Votei contra Carlos Eduardo para manter o meu voto igual ao do plano anterior, em 1999. Como um vereador que se nega a receber vantagens pode ficar do mesmo lado do prefeito? Todo mundo sabe que vereador situacionista aqui tem R$ 15 mil de sinecura (benefício sem trabalhar) por mês. Eu não quis. Sou o único vereador desta casa que não recebe o 13º salário’’. Walter AlvesO vereador disse que operação não confirmou a origem dos R$ 5 mil reais encontrados no carro do vereador do Sargento Siqueira (PV) nem dos R$ 70 mil que estavam na casa de Geraldo Neto. E arrematou: ‘‘De onde veio o dinheiro de Siqueira, eu não sei. Mas o de Geraldo Neto foi de uma compra do apartamento, feita pelo deputado Walter Alves. Um dinheiro roubado do gabinete da Assembléia Legislativa’’.‘‘Hoje os dois são intrigados. Tudo por causa do depoimento dado por Geraldo Neto à delegacia do patrimônio público. Geraldo Neto recebeu pressão da família e depois ficou calado’’, torpedeou o vereador. ConplamMesmo com a sessão não prevendo o aparte, o vereador Luís Carlos, que presidia a mesa, fez uma observação. Disse que o PDN votado veio ‘‘diferente’’ do que saiu da Câmara quando voltou à casa. Ele afirmou que as modificações feitas pela Prefeitura não passaram pelo Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Conplam), ‘‘o que não pode’’, afirmou.‘‘O plano não passou pelo Conplam. Fiz alguns requerimentos e até hoje não recebi respostas’’, disse. Ele ainda falou que corrigiu a fórmula da outorga onerosa, uma taxa que o empreendedor paga para quando se ultrapassa determinado limite de construção.‘‘Eu até corrigi a fórmula de cobrar a outorga onerosa. Da maneira que fizeram (a Prefeitura), os empresários iriam ganhar muito mais dinheiro’’, disse.Assim como Dantas, Luis Carlos questionou a diminuição do gabarito da Zona Norte. ‘‘Em Nova Descoberta, Rocas e Lagoa Nova, a taxa de ocupação é de 3,5. Em Nova Natal era de 4,5. Baixaram para 1,8 e depois para 1,5. Disseram que houve um lado técnico para justificar esses coeficientes, o que é uma mentira. Um dia a verdade virá’’, concluiu.

Renato LisboaDa equipe do Diário de Natal

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