A fama do Homem Sábio que vivia numa pequena casa, no alto da montanha, espalhou-se por toda a região, alastrou às vilas e cidades e chegou, finalmente, aos ouvidos do Governador. Então este decidiu fazer uma longa e difícil jornada para visitar aquele Homem que tanto sabia e com quem poderia aprender técnicas e artes que melhor o habilitassem na governação da cidade. Durante todo o caminho foi imaginando como seria o Homem Sábio. Em pensamento via-o majestoso, dignamente vestido, talvez um pouco distante e inacessível, por certo mergulhado em livros raros, tratados difíceis, papeis diversos...Quando finalmente chegou à casa no alto da montanha e bateu à porta, foi recebido por um velhinho simpático, de aspecto simples, humildemente vestido."Eu gostaria de ver o Homem Sábio," disse ele. O velho sorriu e mandou-o entrar. Enquanto caminhavam os dois ao longo da casa, o Governador olhava ansiosamente à volta, antecipando o encontro com um homem considerado um verdadeiro Sábio. Mas, quando deu por ele, já havia dado a volta a toda a casa e estava, de novo, à porta da rua. O Governador parou e voltou-se para o velho: "Mas eu quero ver o Homem Sábio!"Então o velho, a sorrir, disse-lhe: “Procura olhar para todos que encontras na tua vida, mesmo se te parecerem simples e insignificantes, como Homens com quem poderás sempre aprender qualquer coisa. Mas, para isso, tens de ter não só os olhos mas também o coração e a mente abertos. Se te fechares nas tuas ideias feitas, nem que te cruzes com o Homem mais sábio do mundo aprenderás o que quer que seja.”E, dito isto, sempre a sorrir, fechou a porta.Então o Governador compreendeu que aquele era o Homem Sábio que procurava. Apenas os preconceitos que tinha dentro dele, a ideia formada relativamente ao que seria um Homem Sábio, tinham feito que aquela viagem tivesse sido (quase) em vão.
Conto Zen (adaptado por moi-même)
domingo, 10 de agosto de 2008
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