quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ACONTECEU COMIGO


Dia desses dou de cara com uma figura mais do que descompensada. Só a conhecia através do face, onde começamos uma amizade virtual. E através desta amizade trocamos algumas ideias, falamos coisas do quotidiano, e para variar algumas gentilezas, o que eu acho normal e faz parte de minha educação. Tudo ia bem até ela me procurar pessoalmente e travarmos uma conversa. De início ela falou de uma amiga que disse me conhecer e baixou o cacete, o que não contou com meu apoio, eu odeio este tipo de baixaria. Depois começou falar que não suportava negro, que negro não era gente, que ela era de família nobre, que tinha sido esposa de prefeito, que teve dois casamentos, que tinha um filho de menor. Sempre esperando de mim palavras condizentes com aquele nível que jamais coadunaria com minha personalidade. Primeiro, pensava eu com meus botões: o racismo dela devia ser por perder um de seus maridos para uma morena dessas de fechar o trânsito, uma morena carinhosa que arrastou o ex para sempre. Depois notei que ela desejava que eu tomasse partido na briga dela com a tal amiga, já que estava em guerra, coisa que repudiei na hora.
O desequilíbrio dela ficou mais nítido quando quis saber das pessoas que eu namorei das que tive relacionamento, no que eu freei na hora, nunca em minha contei para ninguém meus relacionamentos, nunca mesmo. O que se passa com um homem e uma mulher, principalmente na cama, é uma coisa sagrada. O que se passou entre mim e uma mulher, nunca contei nem para um irmão!
Tudo aquilo foi me enojando, foi enchendo o saco, mas como minha educação sempre sobrepujou situações desse tipo fiquei, então, na espreita do que iria acontecer. Notava os seus olhos amorosos dizendo fica comigo.
Sinceramente fiquei sem ação, não sabendo como sair deste embaraço. Mas como sempre acontece comigo tomei as precauções de sempre, entreguei todo imbróglio nas mãos da mãe natureza, e ela resolveu tudo naquele dia mesmo. Naquele dia mesmo a conheci e naquele dia mesmo ela desapareceu para sempre. Dez dias após este encontro recebo dela uma cobrança de compromisso, onde respondi que não tinha condição de fazê-la feliz. Ela então destilou todo seu mau-caratismo respondendo que eu era um falso rico, um falso intelectual. Disse ainda que viria até minha casa com farto material para mostrar a minha família quem sou eu, que tinha provas que havia namorado ela. Que minhas filhas iam saber o pai que tinham.
Desculpe minha amiga ter te decepcionado, jamais disse pra ninguém que sou rico, que sou intelectual, nem pretensão tenho para isto. Minha riqueza vem de minha paz de espírito, da minha formação familiar, da minha satisfação em viver.
Estava te devendo esta resposta: caça níqueis não é comigo!

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