Num passado não muito distante, o PT seria o primeiro da fila a aplaudir Joaquim Barbosa, o relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ele não seria acusado de fúria persecutória. Tampouco seria classificado como um ministro menos preparado do que os colegas.
Barbosa, provavelmente, seria colocado pelos petistas no altar-mor dos protetores do dinheiro público contra as maracutaias. Herói nacional, assim o trataria o partido que nasceu com o discurso da ética na política.
Mas são boas para a democracia as críticas a Barbosa. Algumas delas soam pertinentes. Ministros do Supremo não devem vocalizar o desejo das multidões por linchamentos. É saudável a vigilância em relação aos atos dos integrantes da mais alta corte de Justiça do Brasil.
Também é saudável a avalanche de elogios que Barbosa vem recebendo por insistir no óbvio. Houve desvio de dinheiro público no mensalão. Foram fraudes os empréstimos do Banco Rural para o PT e para as empresas de Marcos Valério. A corrupção merece ser punida.
Herói de carne e osso, Barbosa é falível. Seus eventuais excessos têm sido reparados pelo conjunto do Supremo. A instituição corrige o homem. Apesar dos enormes problemas que o Brasil precisa enfrentar, é inegável o avanço institucional do país desde a redemocratização de 1985.
Na luta pela ética, o PT ajudou a civilizar a política brasileira. O partido contribuiu para criar um padrão de cobrança moral com cores udenistas que hoje o incomoda. No entanto, pior do que o PT criticar Barbosa ou minimizar o mensalão é ver o partido acusar o Supremo de fraude. Atacar a instituição é um dos pontos mais baixos a que o PT desceu. Uma pena!
sábado, 8 de setembro de 2012
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