domingo, 1 de junho de 2008

NOITES AMADAS

Ó noites claras de lua cheia!
Em vosso seio, noites chorosas,
Minh’alma canta como a sereia,
Vive cantando n’um mar de rosas;

Noites queridas que Deus prateia

Com a luz dos sonhos das nebulosas,
Ó noites claras de lua cheia,
Como eu vos amo, noites formosas!

Vós sois um rio de luz sagrada

Onde, sonhando, passa embalada
Minha Esperança de mágoas nua...

Ó noites claras de lua plena

Que encheis a terra de paz serena,
Como eu vos amo, noites de lua!

Macaíba - Agosto de 1898.
Auta de Souza

Biografia

Natural de Macaíba - RN, nasceu em 12 de setembro de 1876 e faleceu em 07 de fevereiro de 1901, são seus pais Eloy Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina de Souza.
Estudou e aprendeu no Colégio São Vicente de Paula, da Estância, em Pernambuco, dirigido pelas irmãs de caridade, que lhe formaram o coração e o espírito.
Poetisa mais ilustre do Rio Grande do Norte, de sua autoria temos apenas o livro "HORTO", delicioso rimário, cuja primeira edição data de 1900, sendo prefaciado pelo príncipe da poesia brasileira Olavo Bilac. Reeditou-se, em Paris, em 1910, com ilustrações artísticas de D. Widhopff.
Despediu-se da vida em Natal na manhã de 7 de fevereiro de 1901, à Avenida Rio Branco,15, casa de seu irmão, ao lado de Eloy de Souza, de Henrique Castriciano (seus irmãos) e do major João Cancio. Por ocasião de seu enterro, por entre lágrimas da família natalense, o Senador Pedro Velho, fez descobrir seu ataúde coberto de lírios e rosas e, curvando-se beijou-a na testa silencioso e comovido. No cemitério, em frente ao seu túmulo disseram-lhe o último adeus, seus confrades e admiradores Pedro Avelino, Galdino Lima e Ezequiel Wanderley

(Walter Cid)

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