Hoje estou olhando uma noite diferente. Aqui de Ponta Negra o espetáculo lunar faísca meus pensamentos de lembranças felizes, de amores que nocautearam este pobre e combalido coração de guerra. Não é que a noite esteja diferente, são meus pensamentos mudando o azimute de minha existência. Sou obrigado a acreditar que viver é um eterno aprendizado. Uma lição de que a prova final não existe. O criador de tudo isto soube fazer a coisa certa. Fico aqui, do meu cantinho, medindo forças com aquilo que aprendi e do que tenho de aprender, olhando o clarão desta lua tão bonita, como diz a canção; que a todos encanta e não é de ninguém. Nem mesmo do americano que chegou até lá fincando bandeiras.
Noto que as estrelas estão sem o brilho de costume, mas percebo que é por conta da luz da lua, a luz mais forte abafa as mais fracas.
Durante a noite a gente relaxa mais. Parece que nosso espírito, longe da barulheira do dia, fica mais solto, navega mais sem o calor que aprisiona a matéria. É a hora que os românticos procuram a suavidade do clima ameno. E eu aqui sentindo tudo isto, viajando no tempo. Ainda menino, quando papai levou-me pela primeira vez para ver o morro do careca escutei dele: quando estava servindo ao exército fazia educação física aqui subindo este morro.
Guardei na memória o lindo visual desta praia, que sendo bonita com o '"sol escaldante" do dia, é muito mais linda na suavidade da noite. Jurei um dia morar nesta praia. E nesta noite, em meio a um turbilhão de pensamentos, verifico que cumpri o juramento. É aqui o meu refúgio. É aqui, dentro de meu quarto aconchegante, que leio os poetas sôfregos de amor. Que escuto as sonoras músicas que alegram e dão força ao espírito.
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