A gente ver coisas na vida que o jeito é rir mesmo. O ano de
2002 foi um ano cheio de surpresas políticas no nosso Estado. A professora
Vilma de Faria elegeu-se governadora do nosso Estado num verdadeiro ato de
coragem quando teve de renunciar a Prefeitura do Município de Natal para
enfrentar velhas reposas endinheiradas da nossa política.
Na assembleia Legislativa o deputado Robinson Faria elegeu-se
seu presidente com unanimidade.
Assim que Robinson foi empossado, algumas pessoas do seu
convívio perderam completamente a humildade. Dentre eles uma figura oriunda de
Nova Cruz, muito conhecida no mundo das bajulações políticas, mudou o perfil
totalmente, nem o próprio presidente mostrava-se tão arrogante. A figura só usava paletó, diante de seu porte
pequeno, mais parecia um galinho da
Índia, gritando todo mundo. Certa vez eu andava pelos corredores da assembleia quando
escuto um estridente grito: “Não está vendo este lixo no chão, depois quem vai
pagar o pato sou eu”. Era a figura ordenando a um asg (Auxiliar de serviços
Gerais) de uma empresa contratada, para se baixar e pegar um pedacinho de papel
que se encontrava pelos escorregadios mármores daquela casa. Depois do sucedido
fui até a presença do asg confortá-lo. Escutei dele: “Isto é um nojento, um
baba-ovo”. Disse, ainda, que uma época tinha vindo de Nova Cruz e não tendo
onde dormir, aí dormia no escritório do deputado na Av. Alexandrino de Alencar.
Acontece que correu um boato que estavam levando mulher para transar dentro do
recinto e ele era o culpado. Briga vai, briga vem, o caso foi ser apurado. Na
confusão a figura levanta a voz e diz: estou vendo uma mancha de esperma no
chão, é verdade ele está trazendo mulher mesmo. Neste instante o baba-ovo
abaixa-se e cheira a mancha dizendo olhe aí é esperma mesmo. Escutei na maior
das gargalhadas, pedi a ele paciência que tudo era passageiro.
O tempo foi passando e o baba-ovo mais arrogante ainda. Enchia
o peito dizendo que eles, incluindo o próprio deputado, sempre estiveram por
baixo, mas agora era a vez deles. Certo dia numa eleição houve um desentendimento
do deputado com uma liderança lá da
Tromba do elefante, coisa séria mesmo. Alguém escutou a voz do deputado para o
baba-ovo: você teve coragem de fazer isto comigo. Pronto, o mundo caiu para o
arrogante e autoritário bajulador. O homem perdeu todo prestígio.
Certo dia encontro-me com o asg no andar térreo da assembleia.
Conversa vai conversa vem, quando vejo a figura do baba-ovo cabisbaixo, sem
paletó, andando a esmo. Não perco tempo e pergunto está conhecendo? Ele responde
em cima da bucha: quem não conhece? É “Zé bostinha” é como está conhecido por
aqui! E deu a maior das gargalhadas.
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