Os falsos amigos
Almoços, jantares, presentes, telefonemas a toda hora, agrados, palavras boas, sorrisos e muitos tapinhas nas costas. Esta é a tática que muitos usam para conseguir alguma coisa. Escamoteiam seus sorrisos, agem com frieza absoluta e se dizem amigos, quando na realidade não são amigos de ninguém.
Você já passou por uma situação destas alguma vez? Já partilhou da amizade de alguém que queria somente tirar alguma coisa de você – mesmo que você não tivesse nada para oferecer? Mas o que na realidade importa ao falso amigo? À vontade ou o interesse dele, claro.
A realidade que vivemos aqui as vezes nos torna presas fáceis de oportunistas que querem fazer rápidas escaladas e não hesitam em fazer nas costas alheias o seu alpinismo. E quando encontramos pessoas que são arredios a tudo e a todos? Gente bonita e simpática, mas que vive um para o outro; ao conviver um pouco com eles, é possível senti-los ressentidos, arredios e ariscos com relação ao ser humano. O motivo?
Falsos amigos. Oportunistas. Alpinistas sociais. A mesma história de sempre. Sorrisos, tapinhas nas costas, almoços, jantares, presentes, agrados, e quando conseguem o querem bye, bye…
Outro dia mesmo eu conversava longamente com um casal que conheci tempos atrás e que me parecia muito arredio a tudo e a todos. Gente bonita e simpática, mas que vive um para o outro; ao conviver um pouco com eles, pude senti-los ressentidos, arredios e ariscos com relação ao ser humano. Fiquei me perguntando durante algum tempo o que os havia magoado tanto. Certa feita conversamos durante horas, e pude entender o que de fato aconteceu com eles. Haviam partilhado da amizade de um outro casal durante algum tempo, sem se dar conta de que estavam sendo usados descaradamente.
Um dia, encontraram um amigo de longa data num casamento, e quando ele viu que eles tinham amizade com aquelas pessoas, disse-lhes para tomar cuidado, pois não eram pessoas confiáveis. Eles ignoraram e não deram ouvidos ao que lhes dizia o amigo. Achavam que com eles não iria acontecer nada demais, e os seus amigos eram amigos de verdade e não fariam nada que lhes prejudicasse.
Tempos depois uma outra amiga que não viam já há algum tempo, alertou-os a respeito dos seus supostos amigos. Conversando entre si, os interlocutores diziam um para o outro que era impossível que falassem aquelas coisas do casal que era tão amigo e cordial.
Ignoraram tudo, e mesmo que fossem prejudicados não iriam romper com a amizade. Amizade que continuou por algum tempo. Um belo dia, simplesmente do nada o casal de amigos de afastou do convívio deles, não lhes respondiam aos telefonemas e nem aos e-mails enviados. Silêncio absoluto. Nenhuma palavra, nenhuma manifestação por pequena que fosse.
Um dia se encontraram e o outro casal constrangido tentou se justificar, dando explicações que não convenceram de modo algum. O tempo foi passando e as respostas para o afastamento dos amigos teimavam em não chegar. Ai eles se lembraram do que havia dito o outro amigo na festa do casamento onde se encontraram. O que dissera o amigo? Assim que eles alcançassem os seus objetivos, iriam descartá-los sem a menor cerimônia ou respeito por eles, que seriam meros instrumentos de escalada social. Sairiam por uma porta qualquer e agiriam como se não os conhecesse ou sequer tivessem um dia partilhado do seu convívio e amizade. Mais ainda; iriam falar deles para outras pessoas e eles não teriam sequer o direito ou a chance de defesa ou de se explicar, e ainda revelariam a sua soberba e arrogância. Dito e feito. Fora tudo aquilo e mais um pouco.
Daí a sua profunda decepção com o ser humano. Haviam acreditado em alguém e foram traídos na sua confiança. Logo, para eles, nova amizade era coisa impensável.
Ainda assim, tem aqueles que continuam acreditando que há pessoas que não se decepcionam com o ser humano. É difícil, e mesmo assim continuam tentando…
Jehozadak Pereira
domingo, 28 de março de 2010
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