sábado, 10 de janeiro de 2009

MENSAGEM SOBRE VIOLÊNCIA

MENSAGEM SOBRE VIOLÊNCIA
Publicado no jornal "A Tribuna Digital", no Forum dos Leitores do Portal Estadão

"Não se nasce com ódio; ele tem que ser ensinado!".
Ouvi esta frase há muitos anos num antigo seriado de TV.
Seguramente, sua autoria deva ser atribuída a alguém dotado de sensibilidade superior.
Procuro usa-la como antídoto contra os venenos do mundo atual; mas atitudes como os atentados ocorridos no Oriente Médio, suas represálias e outras manifestações de barbárie, cada vez mais freqüentes, cometidas, via de regra, por homens, me fazem aprofundar seu sentido.
Ao longo da História, sempre coube a homens, com raríssimas exceções, a educação para o ódio!
Qualquer que fosse o motivo: étnico, racial, religioso ou político; homens sempre se responsabilizaram pela doutrinação e cultivo do ódio em outros homens, desde as mais tenras e inocentes idades; destruindo sementes, mentes e fazendo escravos. Sim, porque o ódio escraviza!
Que homens são esses que proliferam o ódio como se esta fosse a vontade de Deus?
Que homens são esses que exortam seus seguidores e filhos ao sacrifício de suas vidas, escravizados desde a infância pela cegueira de suas doutrinas deturpadas que camuflam o desejo, não de propagar uma fé pura, baseada no amor, mas de manter o poder de vida e morte sobre aqueles de quem se auto-intitulam "líderes espirituais?".
De todos os ódios, o religioso é o mais torpe que pode existir, seja qual for sua justificativa!
Nem Cristo, nem Maomé, nem Buda jamais pregaram ódio. Paradoxalmente, líderes insanos esmeram-se em faze-lo em seus nomes!
Porque esses homens perpetram e perpetuam esse absurdo?
Será que o fato de não terem a faculdade de gerar filhos em suas entranhas os torna insensíveis ao dom fundamental da vida, principalmente a dos seus semelhantes?
Será que o ódio que aprenderam, quem sabe, com seus próprios pais e mentores, e que repassam zelosamente aos seus filhos, tolheu, definitivamente, aquilo que convencionávamos crer ser o diferencial entre os seres humanos e as bestas: as capacidades de raciocinar e controlar seus instintos primitivos?
Será que essa sandice é tão sem limites que, não contente que ensinar o ódio e escravizar os seus semelhantes naturais, agora, homens vão intentar a busca do clone humano: escravo perfeito, numa eugenia perversa e perigosa?
Graças a Deus: que é Adonai, que é Jeová, que é Alá e que, seguramente, inspirou Buda; meu pai não me ensinou a odiar! Tampouco me ensinou a ser escravo!
A todos os homens que, como ele, não precisaram sentir as dores do parto para amarem seus filhos; que acreditam que sua realização está no que podem fazer pelo próximo, e não no seu extermínio; que não se deixam escravizar pelo ódio ou pelo poder; que sacrificam suas vidas, sim, mas pela felicidade de suas famílias; que transbordam sentimentos reais em vez de fenecerem na inútil interpretação de palavras; a todos eles meu carinho, meu respeito e minha gratidão!
Para esses HOMENS, como meu pai, um dia não é o bastante; tampouco a eternidade!

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