da France Presse, em Washington
A leptina, um hormônio que extingue a sensação de fome entre pessoas com boa saúde, poderá ser eficaz para os obesos, segundo pesquisa realizada com cobaias e que teve os resultados publicados nesta terça-feira (6).
A descoberta desse hormônio, há cerca de dez anos, havia gerado grandes esperanças na luta contra o excesso de peso e a obesidade. O hormônio regula as reservas de gorduras no organismo.
Mas a euforia durou pouco --até os cientistas descobrirem que a leptina era ineficaz entre os obesos devido a uma resistência a seus efeitos.
"A maior parte dos humanos obesos são resistentes à leptina, uma vez que seu cérebro bloqueia seus efeitos", destaca o pesquisador Umut Ozcan, da faculdade de medicina da Universidade Harvard, um dos autores do estudo divulgado no jornal "Cell Metabolism".
Mas, quando ele e sua equipe trataram ratos obesos, submetidos a uma dieta rica em gorduras, com um ou outro medicamento --os chamados Buphenyl (4-PBA) e ácido tauroursodesoxicólico (TUDCA), esses animais viram sua sensibilidade aos efeitos da leptina se multiplicarem por dez.
Todos os ratos, então, perderam peso, mesmo se continuassem a ingerir alimentos ricos em gordura, afirmam os cientistas.
"Se o experimento com os ratos der certo com os seres humanos, há possibilidade de tratamento da obesidade", afirmou Ozcan.
O Buphenyl é prescrito para tratar disfunções do fígado e a fibrose cística.
O TUDCA é usado há séculos na medicina chinesa tradicional e aplicado para curar doenças hepáticas.
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