Senado é bagunça organizada
É provável que o Senado esteja passando pela mais grave crise de seus quase 200 anos de história. Muita gente fala em crise institucional, como se houvesse a chance iminente de fechamento do Senado ou de desaparecimento num buraco negro de ilegalidades, irregularidades e imoralidades.
Crise institucional é exagero. Acontece exatamente o contrário. A democracia brasileira está firme e forte. É o funcionamento pleno das instituições que permite ao país presenciar a abertura da caixa-preta do Senado.
Os dados são assombrosos.
O Orçamento do Senado é de R$ 2,8 bilhões por ano. São 81 senadores. Para manter cada senador, isso dá mais de R$ 34 milhões por ano, cerca de R$ 2,8 milhões por mês, R$ 94 mil por dia.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º secretário da Casa e responsável pela administração da instituição, diz que o número total de servidores se aproximou dos 12 mil no início deste ano, mas já teria havido uma redução para pouco mais de 11 mil. Ou seja, 123 funcionários para cada senador. Pior: não dá para saber com exatidão a quantidade de servidores.
A grande maioria dos benefícios, como salário de R$ 12 mil para motoristas, com todo respeito a essa categoria profissional, está protegida por atos jurídicos que dificilmente poderão ser derrubados.
Cerca de R$ 2 bilhões do Orçamento do Senado vai para o pagamento de pessoal, incluindo ativos, inativos, comissionados e terceirizados. Altos salários são frutos de atos da burocracia da Casa para criar uma casta privilegiada.
Combater as ilegalidades flagrantes é muito mais fácil. Mais espinhoso será acabar com as irregularidades e imoralidades, porque vestidas de aparente caráter legal.
Temperada com a cultura patrimonialista de nossa classe política, a bagunça do Senado foi deliberadamente organizada para permitir desvio de dinheiro público. É uma bagunça perfeita para favores políticos e econômicos a parentes e amigos, mordomias para os 81 senadores e amplo espaço para negociatas privadas de servidores inescrupulosos. Para usar termos educados, malandragem e ladroagem.
kennedy Alencar (Folha de São Paulo)
É provável que o Senado esteja passando pela mais grave crise de seus quase 200 anos de história. Muita gente fala em crise institucional, como se houvesse a chance iminente de fechamento do Senado ou de desaparecimento num buraco negro de ilegalidades, irregularidades e imoralidades.
Crise institucional é exagero. Acontece exatamente o contrário. A democracia brasileira está firme e forte. É o funcionamento pleno das instituições que permite ao país presenciar a abertura da caixa-preta do Senado.
Os dados são assombrosos.
O Orçamento do Senado é de R$ 2,8 bilhões por ano. São 81 senadores. Para manter cada senador, isso dá mais de R$ 34 milhões por ano, cerca de R$ 2,8 milhões por mês, R$ 94 mil por dia.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º secretário da Casa e responsável pela administração da instituição, diz que o número total de servidores se aproximou dos 12 mil no início deste ano, mas já teria havido uma redução para pouco mais de 11 mil. Ou seja, 123 funcionários para cada senador. Pior: não dá para saber com exatidão a quantidade de servidores.
A grande maioria dos benefícios, como salário de R$ 12 mil para motoristas, com todo respeito a essa categoria profissional, está protegida por atos jurídicos que dificilmente poderão ser derrubados.
Cerca de R$ 2 bilhões do Orçamento do Senado vai para o pagamento de pessoal, incluindo ativos, inativos, comissionados e terceirizados. Altos salários são frutos de atos da burocracia da Casa para criar uma casta privilegiada.
Combater as ilegalidades flagrantes é muito mais fácil. Mais espinhoso será acabar com as irregularidades e imoralidades, porque vestidas de aparente caráter legal.
Temperada com a cultura patrimonialista de nossa classe política, a bagunça do Senado foi deliberadamente organizada para permitir desvio de dinheiro público. É uma bagunça perfeita para favores políticos e econômicos a parentes e amigos, mordomias para os 81 senadores e amplo espaço para negociatas privadas de servidores inescrupulosos. Para usar termos educados, malandragem e ladroagem.
kennedy Alencar (Folha de São Paulo)
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