domingo, 19 de abril de 2009

O que eles disseram antes de morrer

Adam Smith1723 - 1790
Liberdade para sempre
Escocês de nascimento, filósofo e economista. Estudou nas universidades de Oxford e Glasgow, tendo aqui sido professor de Lógica. Foi amigo de David Hume. Viajou por França e conversou com Voltaire. Demorou nove anos a preparar um estudo, que é o primeiro tratado de política económica The Wealth of Nations. As suas teorias económicas tiveram enorme repercussão nas economias dos outros países. A sua vida privada foi de grande simplicidade. Viveu sempre com a mãe que morreu com noventa anos. Era um conversador admirável. Ao aproximar-se da morte, disse: Liberdade para sempre
Honoré Gabriel Vitor Riqueti, conde de Mirabeau1749 - 1791
Deixem-me morrer ao som da música
Político, escritor e orador jacobino francês. Teve uma vida aventurosa, esteve preso, serviu na corte da Prússia e insurgiu-se publicamente contra os abusos das classes privilegiadas. As sua últimas palavras foram: Deixem-me morrer ao som da música.
Wolfgang Amadeus Mozart1756 - 1791
Deixem-me ouvir, uma vez mais, esses sons que foram, durante tanto tempo, a minha consolação e alegria
Austríaco, menino prodígio, foi um dos génios da música de sempre. Deixou várias óperas e quarenta sinfonias. Mozart morreu com apenas 35 anos e, inexplicavelmente, ao seu funeral compareceu meia dúzia de pessoas. Estava um dia de tempestade. Doente, compôs até ao fim. Terá dito: Deixem-me ouvir, uma vez mais, esses sons que foram, durante tanto tempo, a minha consolação e alegria
Bocage1765 - 1805(...)
Rasga meus versos. Crê na eternidade.
Poeta português entre os maiores. Brigão, é ainda hoje mal conhecido. Em 1779, Bocage é cadete no 7º de Infantaria de Setúbal. Acaba por partir para Goa. Admirava Camões e sentia-se irmanado com ele nas desventuras amorosas e nas viagens pelo Oriente, tendo estado em Damão e Macau. Pré-romântico, foi amigo da Duquesa de Alorna e de Filinto Elísio, todos da Nova Arcádia. Em 1790, estava de regresso a Lisboa, que era onde se sentia bem. Ao aproximar-se a hora da morte, escreveu: (...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
Vittorio Alfieri1749 - 1803
Aperta-me a mão. Eu morro
Considerado o mais importante poeta trágico de Itália, lutou e sofreu pela unidade nacional. Muito viajado, esteve também em Lisboa. O grande e único amor da sua vida foi Luísa Stolberg, condessa de Albany. Estavam ambos em França quando rebentou a Revolução Francesa, que apoiou com entusiasmo. De regresso a Florença, dedicou-se apenas à escrita. Disse ao morrer: Aperta-me a mão. Eu morro. Sabemos que a condessa lhe sobreviveu, tendo mandado construir, na igreja de Santa Croce, um túmulo esculpido por Canova.
Johann Wolfgang Goëthe1749 - 1832
Deixem entrar a luz!
Considerado o maior poeta de língua alemã e um dos maiores da literatura universal, cursou Direito e conheceu a obra de Shakespeare que o incentivou ao estudo da poesia popular do seu país. Viveu em Estrasburgo, tendo convivido com Wagner. As sua obras mais conhecidas são Werther e Fausto. Fixou residência em Weimar e amou Charlotte von Stein, mulher de enorme cultura. Visitou também Itália. Grande amigo de Schiller, conheceu, em vida, a admiração de gente de todo o mundo que ia a Weimar para o conhecer. As suas derradeiras palavras, aos 83 anos, foram: Deixem entrar a luz!

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