BRASÍLIA — Cientistas sociais ouvidos pelo GLOBO avaliaram que a presidente Dilma Rousseff usou a tribuna da ONU para fazer campanha política, postura que acaba tendo efeito negativo nas pretensões brasileiras de ocupar uma vaga no Conselho de Segurança.
Em seu discurso, Dilma citou programas criados pelo PT e, na parte econômica, afirmou que seu governo não descuidou da solidez fiscal e da estabilidade monetária.
— É tudo maquiagem. Se fosse verdade o que ela disse, não have...ria aumento da energia, como já anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o país não precisaria recorrer ao fundo de reservas para fechar as contas. Dilma tem feito esforço, mas os problemas estão acima de sua capacidade gerencial — contestou o cientista político Antonio Flávio Testa, da Universidade de Brasília (UnB).
Otaciano Nogueira, também da UnB, criticou a presidente por tratar de temas locais em um organismo internacional.
— O plenário da ONU serve a outras questões, e não a problemas locais. Falar disso, em ano eleitoral, é chover no molhado, porque ela não vai realizar o que está prometendo. Vai servir para usar no horário eleitoral. Resta saber se terá algum impacto na campanha eleitoral dela.
Apesar de vender a ideia de avanços na economia, a presidente Dilma lida com um quadro de agravamento do pessimismo em relação à atividade no país. Na aposta dos economistas do mercado financeiro, o país deve crescer apenas 0,3%. Isso se a projeção não for revisada mais uma vez, já que está em queda há 17 semanas seguidas na pesquisa que o Banco Central faz com os analistas.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
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