domingo, 18 de setembro de 2011

Os poetas.

Movido pela curiosidade de encontrar poetas antigos e fazer comparações com os de nossa época, encontrei Antonio Fogaça. Um poeta português que teve vida breve, nasceu em 1863 e morreu em 1888. Era estudante em Coimbra, Portugal, quando preparou seu livro “Versos da Mocidade” não chegando a publicar. O livro foi publicado postumamente. Desse livro encontramos essa pérola de soneto chamado “Os Rouxinóis”


No meu jardim, num cedro em que a frescura
e a flor da novidade vêm brotando,
pousa, por vezes, um ditoso bando
de alegres rouxinóis, entre a verdura...


Quando ali vou, tristíssimo, à procura
de sossego e de luz, de quando em quando,
sinto-os vir e pousar, ouço-os cantando
no doce idílio de uma paz obscura.


E, desditoso, eu lembro, com saudade,
último brilho do meu peito ardente,
que assim também, num íntimo vigor,


sobre o flóreo jardim da mocidade,
cantaram na minh'alma, alegremente,
como no cedro, os rouxinóis do amor!...

Obs.: Antonio Fogaça escreveu o livro em 1887, passaram, entretanto, 125 anos, os poetas passaram, mas os sentimentos são os mesmos.

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