terça-feira, 23 de julho de 2013

QUEM CHORA POR ÚLTIMO CHORA MUITO MAIS!

Tadeu Arruda Câmara
Têm coisas que acontecem com a gente que nem o tempo consegue apagar. Quando fui assessorar certo deputado, um homem cumpridor de seus compromissos, isto pude confirmar pelo tempo que passei com ele, fui incumbido de dar assistência técnica às duas rádios dele no interior. Uma era AM, uma rádio que devido a queda de tensão por parte da Cosern, vivia sempre com problemas. Como estava trabalhando no meio político, e sempre fui zeloso na minha reputação, desliguei-me de todas as indústrias representadas por mim que tivessem algum tido de negócio com os equipamentos das duas emissoras em questão.
Certa ocasião apareceu um dos babões do deputado com uma nota fiscal de mercadoria, acho que o valor era R$ 16.000,00, ou coisa parecida, oriunda de uma compra de dois módulos para o transmissor, pedindo que eu desse o visto. Ele alegava que serviria como reserva para a rádio. Pedi pra ele um tempinho, e fui numa sala vizinha telefonar para o diretor da rádio, um homem sério e honesto, que me informou que nenhum equipamento havia chegado por lá. Imediatamente fui ao referido babão, eu na maior inocência, dizer que íamos entrar numa fria, haja vista que a mercadoria não havia dado entrada na emissora. Aí, foi um Deus nos acuda. Ele, o assessor babão, disse que eu já começava criar problema, que ele não havia comprado os equipamentos, apenas havia trocado os antigos pelos novos, que aquele valor era a diferença, por isto o diretor da rádio não havia notado, dando o maior escândalo. Fui novamente a sala vizinha e liguei para o diretor da rádio, perguntei se realmente houve esta troca, ele respondeu que nunca, pois a chave da sala que abriga o transmissor estava com ele, e ninguém abriu para nada.
Desde este dia minha vida foi um inferno. O babão gozava de toda confiança do deputado, era tudo com ele, a palavra dele era tudo. Escutei por várias pessoas que ia ser demitido, que eu era criador de caso, que o deputado estava decepcionado comigo. Que eu esperasse que o bom estava para chegar. Fiz de tudo para falar com o deputado e explicar a real situação, mas nada, o babão tinha uma aliada que comia no mesmo cocho com ele.
A coisa é tão verdadeira que não cito o nome dele, a própria narração já é o retrato falado deles, esta falcatrua é notória no mundo inteiro.
O tempo passou rápido até o deputado saber quem era ele!
Um dia o filho do deputado é candidato pela primeira vez a deputado federal. Era uma luta grande, buscava-se apoio por todo lado. Um dos destes apoios era um prefeito do interior, lá de longe, mesmo na tromba do elefante. Um líder político que fez de tudo para o jovem candidato a deputado federal fosse bem votado na região. E foi!
Como todos nós sabemos toda eleição tem seu custo. Custo para propaganda, custo para transportes, custo de assessoria, etc. E o dinheiro enviado para este líder do interior não chegou, sumiu, perdeu-se. Sabe por quem o deputado enviou a grana? Pelo mesmo babão que quis envolver um homem de bem em suas safadezas.
O deputado até hoje reclama de ter confiado no babão. E o babão anda por aí desconfiado, pensando que o povo não tomou conhecimento.
 

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