quinta-feira, 14 de março de 2013

UM DIA ESPECIAL!


Hoje estou com um desejo enorme de recolher-me no meu quarto e rever todos os acontecimentos de minha vida, da minha infância já distante, até aos sessenta e dois anos que acabo de completar. A natureza foi pródiga comigo, deu-me uma memória fantástica; lembro-me de quase tudo, desde os acontecimentos menos significativos até os de grande relevância da infância, adolescência e idade adulta.
Na infância, tudo é novidade, estamos descobrindo o mundo, vivemos na dependência dos outros, geralmente dos nossos pais. Se você perguntar se a minha foi boa, posso responder que enfrentei períodos tumultuados. Meu pai era um homem autoritário, um verdadeiro déspota. Certo dia, criei coragem e perguntei a ele por que ele era daquele jeito. Ele respondeu que me criava da mesma maneira que o pai dele o havia criado e encerrou rapidamente a conversa.
Na adolescência, a coisa melhorou um pouco; já criava ares de homem formado, barba crescida, frequentava o antigo curso ginasial, o primeiro grau de hoje. Já tinha um norte aonde seguir. Criava, em torno de mim, uma plêiade de amigos; muitos deles ainda conservo até hoje.
Quando cheguei à idade adulta, já era independente, saindo da tutela de meus pais criando meu próprio sustento. Sempre fui assim, não tolero ocupar pessoas, sejam elas quem for, parente ou amigos.
O dia de hoje enche-me de reflexões. É a luzinha amarela dando sinal de que a pista não tarda a terminar. Vivo a vida intensamente. Amei mais do que odiei. Sorri mais do que chorei. Sinto que grande parte do meu passado não passou ainda. Onde existe dor, o passado não termina. Um dia, escutei papai lendo a Bíblia dizendo feliz do homem que consegue morrer entre as doces ovelhinhas que criou. Com o passar do tempo, entendi tão profunda citação. Sei que as ovelhinhas são nossos filhos.
O meu maior presente é estar de bem com Deus. É agradecer a Ele pela família que tenho. É dizer-lhe que aquilo que Ele me deu foi muito maior do que eu pedi.
Quando começamos a entender o verdadeiro sentido da vida, notamos que viver é mudar. Somos seres animados. Todos os dias, mudamos. A morte não existe. Ela é apenas um entroncamento de duas vias, uma terminando e outra começando com o nome de “Os Mistérios de Deus”.

Adoro as artes. Gosto de ler. Ler faz parte de minha personalidade. Não é a toa que hoje, catorze de março, é o dia da poesia! É meu dia também.

Obrigado, meu Deus, por mais um ano de vida!
TADEU ARRUDA CÂMARA

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